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Uma curadoria de exposições, cursos e novidades dos museus, galerias e institutos culturais de São Paulo. Por Mattheus Goto
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O paulistano Lucas Pessôa assume a direção do Instituto Inhotim

Com experiência em gestão no Masp e na Oficina Brennand, do Recife, Lucas assume a direção de um dos mais importantes centros de arte do país

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
25 fev 2022, 06h00

Mesmo com um novo cargo em Minas Gerais, o paulistano Lucas Pessôa, 38 anos, (ainda) não largou a cidade onde nasceu. Concedeu a entrevista para reportagem de VEJA SÃO PAULO por videoconferência em sua casa, na capital paulista.

Desde que assumiu, em janeiro, a direção do Instituto Inhotim, prestigiado museu com um importante acervo botânico em Brumadinho (MG), vive na ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas e Confins. “Ainda não encontrei uma casa em Belo Horizonte”, revela. Isso, contudo, não diminui seu entusiasmo com a nova função.

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Em primeira mão, conta os próximos passos do instituto. “Vamos inaugurar no primeiro semestre o pavilhão da Yayoi Kusama”, diz Lucas sobre o espaço onde ficarão obras da artista japonesa de renome internacional, que tem instalações e telas com círculos em profusão.

E vai além. “Nosso desejo, meu e da Julieta González (nova diretora artística), é que Inhotim se torne uma instituição mais aberta à comunidade, com uma programação mais intensa, que não dependa da inauguração de novos prédios voltado para exposições.”

Imagem aérea mostra lago ao lado de construção com terraço em formato retangular.
Vista aérea do Centro de Educação e Cultura Burle Marx. (Brendon Campos/Divulgação)

Lucas tem parte da família originária do estado de Pernambuco. Embora a avó paterna, a paulistana Eunice Pessôa, fosse artista, não rumou de início para o campo criativo. Formou-se em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) — “Foi um desses equívocos que a gente comete quando tem 18 anos”, brinca — e especializou-se em economia pela Universidade de Copenhague.

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“No fim das contas, essas formações me instrumentalizaram para a carreira que construí na cultura e que também passa pela gestão de pessoas”, reflete. Depois de uma fase no mundo dos investimentos, “caiu” no território das artes visuais.

Um de seus primeiros desafios se deu em 2014, quando assumiu a diretoria financeira do Museu de Arte de São Paulo (Masp) junto da então nova gestão, que tinha Heitor Martins na presidência e Adriano Pedrosa na direção artística. “Tive um papel na reestruturação do museu, mas a figura-chave foi o Heitor. Ele que conduziu esse processo”, diz Lucas, que detalha a situação complicada à época: “A instituição estava totalmente desarticulada do circuito, com risco de ter a energia elétrica cortada do prédio na Avenida Paulista. A gente organizou a governança e designou uma pessoa exclusivamente para pensar a captação de recursos, que é uma área importantíssima para a instituição, que depende de recursos privados”.

Em 2018, convencido de que sua tarefa ali já estava cumprida, saiu do Masp em direção a um período sabático no sul da Bahia. Antes de ficar off, porém, ele havia estreitado alguns laços com o pessoal da área. Entre eles, Martin Corullon, sócio do Metro Arquitetos, escritório quetrabalha muito em conjunto com o Masp.

“Não era só aprovar orçamento. Lucas era um cara muito aberto e colaborativo. Nos validava e nos dava condições para trabalhar”, elogia Martin. Mal sabia ele que iria viver essa parceria com Lucas novamente na Oficina Brennand, centro cultural do Recife onde a Metro também tocou um projeto de requalificação dos espaços.

Imagem mostra redoma de vidro com trator carregando uma árvore branca.
Espaço com obras do artista americano Matthew Barney. (William Gomes/Divulgação)

Lucas assumiu o posto de diretor-geral em outubro de 2019, três meses antes de o escultor Francisco Brennand, fundador do local, morrer. Ficou até dezembro de 2021. Lá, teve uma experiência interessante de diversidade. “A maioria das coordenações era ocupada por mulheres. A equipe curatorial, liderada pela Júlia Rebouças, é toda feminina. Nela, também se toca no debate racial, já que duas curadoras se identificam como negras, e na questão de identidade de gênero, tendo a participação de uma curadora trans.”

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Em Inhotim, a ideia é seguir nesse rumo. “Certamente, a diversidade será uma pauta, mas não sei dizer ainda se há algo instituído, porque acabei de chegar.” Mesmo se ambientando, diz saber aonde deseja chegar. “Se a diversidade aparece na programação, tem de aparecer no cotidiano também. Não adianta falar de ecologia e usar sacolas plásticas.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 2 de março de 2022, edição nº 2778

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