Com pequenas maldades, MasterChef diverte e empolga na estreia
Quem cozinhar (BEM) sobreviverá. Essa é a lógica do reality culinário MasterChef, sucesso da TV britânica que se difundiu mundo afora, e na semana passada estreou na TV Bandeirantes e vai ao ar toda terça às 22h45. Em cena, está uma legião de cozinheiros amadores que ambiciona se tornar profissional de forno e fogão. Obter o […]
Quem cozinhar (BEM) sobreviverá. Essa é a lógica do reality culinário MasterChef, sucesso da TV britânica que se difundiu mundo afora, e na semana passada estreou na TV Bandeirantes e vai ao ar toda terça às 22h45. Em cena, está uma legião de cozinheiros amadores que ambiciona se tornar profissional de forno e fogão. Obter o título não será fácil. Apenas um sairá vitorioso. Para chegar lá, os cinquenta participantes selecionados terão de se submeter ao crivo de três respeitados chefs de cozinha em atuação em São Paulo.
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A tarefa de julgar cabe à argentina Paola Carosella, dona do restaurante Arturito, ao francês Erick Jacquin, ex-sócio do estrelado e extinto La Brasserie e hoje consultor de duas casas, o Tartar&Co e o La Cocotte, e o paulista Henrique Fogaça, proprietário e titular do Sal Gastronomia. A apresentação é de Ana Paula Padrão, que nunca esteve tão bonita. Show!
No primeiro episódio, o que se viu foram os dois avaliadores fazendo cara de maus e Paola expressando uma estudada doçura, que lhe rendeu o título de boazinha, a “fofa” nas redes sociais. Isso não impediu que ela mandasse alguns candidatos para casa. A começar pelo primeiro deles, o João, que disse ter se tornado piloto de helicóptero aos 39 anos tamanha sua determinação pessoal, mas tropeçou na própria soberba ao fazer o prato da sua vida, uma massa fresca. Foi Paola quem o despachou sem dó, mas com um pedido de desculpas, que repetiu outras vezes.
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Os competidores seguintes também não passaram no crivo dos especialistas. Filipe conseguiu errar um trivial bife à milanesa. Jacquin definiu como comida do barzinho da esquina, curioso ele mesmo um fã de baixa gastronomia que chegou a montar um restaurante já fechado intitulado Le Buteque. O arroz de Valesca foi gentilmente considerado por Fogaça como “um reboque, bom para levantar parede.”
O melhor é a voz off de Ana Paula dizendo que os jurados estão decepcionados com o nível apresentado pelos concorrentes até aquele momento. E os espectadores decepcionadíssimos com a sofrível escolha feita pelos encarregados em selecionar os participantes. É de doer. E, por isso, tão divertida.
Entre os desastres anunciados, o instrutor de yoga vegano, a veterinária caiçara, e dona Marilda dos charutinhos com coalhada comprada pronta.
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Bem para não parecer uma lenga-lenga interminável, vamos aos que se salvaram. O jovenzinho impetuoso Martin fez um risoto de morango que conheci por meio de Gabriel Bolaffi, autor do livro A Saga da Cozinha. Era uma das receitas italianas retratadas por este autor pelo menos uma década atrás. Diante de tanta “ousadia” (sic), os chefs pareciam carolas das mais conservadoras torcendo para dar errado. Tudo bem que o rapaz cometeu o “crime” de usar redução pronta de balsâmico em cima do risoto. Fogaça pelo menos reconheceu que já tinha praticado a mesma “ousadia” em seu início de carreira, não a redução pronta, mas o risoto de morango.
Sem levar em conta a ordem do programa, engrossaram a lista dos aprovados com mais ou menos louvor outros sete participantes. Cecilia, a moça do mercado financeiro, que fez camarão com manga com jeitão de prato de restaurante, Marissol, a hippie, na definição de Jacquin, que cozinhou o frango dourado com polenta, que fazia “xi” na panela, Estefano, o auxiliar de serralheiro, autor do salmão ao molho de maracujá, que mereceu perdão mesmo tendo esquecido a guarnição.
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Também conquistaram uma vaguinha o psicólogo gaúcho topetudo Eduardo que se arriscou em um porco caramelado com purê de abóbora e farofa de erva-mate, único prato que fiquei curioso em experimentar. Impressionante que ele usou o chá típico de seu estado e isso não passou pela cabeça dos jurados, mudos nos comentários. Nem mesmo a dona de casa Michele, da Maré, no Rio, que fez bolinho de arroz com camarão e chuchu, uma reinterpretação muito peculiar de um prato carioca que serviu de inspiração para o título de um livro da premiada chef Roberta Sudbrack. Só houve emoção com o filhote de Jamyly, a jovem estudante do Amapá que manchou a honra de seu estado “tão esquecido” ao adicionar mussarela no peixe que é “alma do Brasil” — puro folclore! Ao menos, vaticinaram assim Paola e Fogaça, que fez questão de declarar “respeite seu estado, suas raízes”. E abriu o choro. Justo ele, o durão.
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Mas quem promete mesmo é Bianca, a cozinheira-atriz-emburrada que é mais brava do que os jurados. Até conversar com a mãe dela eles precisaram para aprová-la.
E prepara-se para ouvir inúmeras vezes a pergunta-ladainha: “Este é o prato da sua vida?” em mais catorze programas.
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Ao próximo episódio.
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