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Por Arnaldo Lorençato
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também é autor do Cozinha do Lorençato, um podcast de gastronomia, e do Lorençato em Casa, programa de receitas em vídeo. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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O renascimento do Capim Santo

Principal restaurante de culinária brasileira da chef Morena Leite reabre em um dos centros culturais mais bonitos de São Paulo

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Atualizado em 20 jan 2022, 14h08 - Publicado em 21 set 2020, 12h18

Logo no início da pandemia, a chef Morena Leite tomou uma decisão difícil. Naquele momento, estava em reforma o imóvel nos Jardins para receber o Capim Santo, a uma quadra da sede onde o anterior permaneceu por quase quinze anos e que seria demolida para virar uma torre. Da Rua Ministro Rocha Azevedo migraria para a Rua Padre João Manuel. Os planos de mudança foram interrompidos com 70% da obra pronta por causa da necessária suspensão das atividades comerciais pelos governos estadual e municipal. Feitos os cálculos, a cozinheira percebeu que a conta não fecharia. Era impossível continuar. Chegava ao fim, ainda que temporariamente, o restaurante de cozinha brasileira.

Contei essa história aqui no blog seis meses atrás (para ler, clique aqui). É justamente o Capim Santo que renasce oficialmente nesta terça (22), data do início da primavera e também uma comemoração dos 22 anos do restaurante. Passa a ocupar o lugar que pertencia ao Santinho, do mesmo grupo, no Museu da Casa Brasileira.

Transformação visual: cenografia do arquiteto Miguel Pinto Guimarães (Miguel Pinto Guimarães/Divulgação)

No novo endereço, deve servir só almoço de terça a domingo. “Por enquanto, teremos um jantar-sarau apenas uma vez por mês”, adianta a chef. O tradicional bufê do meio-dia não volta por enquanto, mas uma descolada versão dele. A partir de uma oferta de itens, o cliente escolhe uma carne, como salmão, picadinho de filé-mignon ou carne-seca, e três acompanhamentos, que podem ser um tipo de arroz, entre eles o integral, um grão como o feijão, uma farofa ou um purê mais uma salada. “Cada um monta seu prato que vem pronto da cozinha”, explica Morena. Pagam-se 59 reais.

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Também é possível escalar uma seleção de dez pratos à la carte, além de petiscos. Para partilhar, há pedidas como o croquete de palmito pupunha ao molho de limão-cravo (30 reais) e churros de tapioca com vatapá (33 reais). Também dá para conhecer ou matar a saudade do ravióli de tapioca recheado com queijo Serra da Canastra ao molho de ervas (49 reais), do camarão ao molho de curry com leite de coco, legumes e arroz vermelho (89 reais) e da moqueca vegana com arroz de coco e farofa de dendê (53 reais).

Morena no novo endereço: um dos centros culturais mais bonitos de São Paulo (Arnaldo Lorençato/Veja SP)

Aos fins de semana, há especiais do dia como a feijoada com laranja, quibebe, salada de banana, vinagrete e farofa (75 reais). Entre as sobremesas, o pudim de doce de leite com fava de aridan (22 reais), obtida de uma árvore de origem africana, fazem o complemento. O café, Orfeu, continua vindo com uma colherzinha de brigadeiro de capim santo para um doce arremate.

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Planta e repaginação do espaço: obra em andamento (Divulgação/Divulgação)

Na conversa que tive com Morena na quinta passada, dia 17, ela me contou que a ideia de levar o Capim Santo ao Museu da Casa Brasileira foi de Sidnei Podryhula, diretor de alimentos e bebidas e operação do grupo. Com o retorno, a chef conta que conseguiu assim sair do luto no qual disse ter mergulhado quando se viu obrigada a parar completamente as atividades, sem saber se conseguiria reabrir o Capim Santo. “Foi muito duro. Tive de demitir mais de 200 pessoas. Me preocupo com todos elas”, afirma.

Além do trio de restaurantes Santinho, hoje reduzidos a um único ponto no Instituto Tomie Ohtake que está se preparando para voltar como delivery — está fechada definitivamente a unidade do Teatro Municipal –, interrompeu também o serviço de bufê para festas, de mesmo nome. “Os eventos ainda devem demorar muito a retornar”, lamenta.

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A volta do Capim Santo no Museu da Casa Brasileira é um renascimento total, uma ressurreição

Morena Leite, chef e sócia do restaurante

Sem interromper o funcionamento, Morena fará aos poucos a obra de transformação do espaço do restaurante, que agora tem mesas também distribuídas pelo maravilhoso jardim do centro cultural, respeitando os critérios do espaço tombado. “Contei com o apoio e o acolhimento dos diretores do museu. Foi superimportante”, conta. A remodelação, confiada ao arquiteto Miguel Pinto Guimarães, com iluminação de Maneco Quinderé e paisagismo de Carla Oldemburg, deve ser concluída no fim do ano. “Quando aconteceu o fechamento, parecia que eu tinha tomado extrema-unção e morri. A volta do Capim Santo no Museu da Casa Brasileira é um renascimento total, uma ressurreição”, garante Morena.

Clique para conferir o menu do Capim Santo.

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Capim Santo MCB. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano (Museu da Casa Brasileira – MCB), tel. 3032-2277, WhatsApp: 98189-0082. 12h/15h (sáb., dom. e feriados até 17h; fecha seg.).

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