O sujeito está tomando um chope no Astor quando vê uma turma de garotas bem-arrumadas atravessar o salão, descer as escadas rumo ao banheiro e “desaparecer”. Imagina, claro, que já bebeu demais. Mal sabe ele que o subsolo da casa foi transformado num dos endereços mais comentados do momento. Desde junho, abriga o SubAstor, eleito pelo júri o bar revelação da temporada. Propositadamente escondido, é inspirado nos speakeasies, os bares clandestinos da época da Lei Seca americana. Na fachada do Astor, a única referência ao lugar fica por conta de uma seta apontando para baixo. Um mix de predicados lhe dá colorido especial. Entre eles, a ambientação de atmosfera cool, com cortinas de veludo, poltronas de couro e iluminação amena e a descolada trilha sonora, que perfila de Rolling Stones e Talking Heads a Joss Stone e Nina Simone. Além disso, dispõe de uma das melhores cartas de coquetéis da cidade, com 43 receitas. Clássicos internacionais, martínis moderninhos e invencionices como o sub (suco de tomate temperado e servido com bolinhas gelatinosas, chamadas de caviares, de gim e vodca; R$ 25,00) ajudam a elevar a eletricidade. Duas pedidas certeiras: o vigoroso martinez (R$ 21,00), mix de gim, vermute tinto, licor de cereja e bitter de laranja, e a suave infusão de folhas do chá Earl Grey em gim, suco de limão-siciliano e xarope de açúcar (R$ 21,00). Barman do ano, Pereira e seus ajudantes comandam o belo balcão de dez lugares. De quarta a sábado, a espera para entrar é praticamente certa. Mas o SubAstor fecha tarde — nunca antes das 3 da manhã.
Rua Delfina, 163 (entrada pelo Astor), Vila Madalena, 3815-1364. 20h/3h (sex. e sáb. até 4h; fecha dom.). Cc.: todos. Cd.: todos. Estac. c/manobr. (R$ 14,00).