Designer adapta ‘O Rei Leão’ na Amazônia em protesto contra queimadas
Vilmar Rossi Junior viralizou na internet ao resolver usar espécies de animais na floresta em cenas famosas do clássico da Disney
Em protesto às queimadas na Amazônia e às políticas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro em relação ao tema, um designer de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, usou espécies de animais da Amazônia em desenhos inspirados no O Rei Leão, clássico da filme Disney relançado em 2019.
“O fogo que, nesse exato momento dizima a floresta, é resultado direto disso: o ‘Dia do Fogo’ foi uma ação de fazendeiros e grileiros que se declararam amparados pelas palavras do presidente”, diz Vilmar Rossi Junior, de 41 anos. Para ele, Bolsonaro trata a Amazônia como “sua propriedade”.
Nos últimos dias, a série de queimadas nas matas da floresta amazônica ganharam repercussão internacional. Muitos famosos conhecidos mundialmente se manifestaram sobre o assunto, como Madonna e Leonardo Di Caprio.
Os desenhos de Vilmar viralizaram na internet. Em um deles, o designer adaptou uma cena simbólica do filme da Disney para retratar um jaguar, um cateto e uma ariranha atravessando um incêndio. A cena faz referência ao momento que Simba passeia pela floresta com Timão e Pumba. “Ter escolhido a Amazônia, animais em risco de extinção e animais menos conhecidos pelas pessoas são decisões políticas, tudo isso é um conteúdo político”, explica.
Junior usou outras cenas famosas do clássico da Disney em seu trabalho. Na parte do filme em que Simba é batizado por Rafiki, o designer trocou o leãozinho por um filhote de onça pintada e também alterou a espécie do macaco que apresenta o bebê para o resto dos animais.
“Me vi na obrigação ética de utilizar a plataforma que se formava para fazer a minha parte, mesmo que pequena, com o que sei e gosto de fazer”, afirma o rapaz. “Então, as últimas ilustrações estão sendo bem diretas na minha crítica e protesto, e estou tentando trazer questionamentos e informações nas postagens”.
Segundo Junior, Simba, Timão e Pumba não sobreviveriam caso vivessem na Amazônia. “O que estamos presenciando agora é algo fora de precedentes. Mas devemos continuar a luta”, conclui.