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Os projetos imobiliários que estão brotando na Marginal Pinheiros

Condomínios de alto padrão em construção entre as pontes João Dias e Cidade  Jardim vão atrair 100 000 pessoas por dia e 15 bilhões de reais para a região

Por VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 13h42 - Publicado em 18 dez 2014, 22h00
Marginal Pinheiros
Marginal Pinheiros (Reprodução/)
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Na Marginal Pinheiros, entre as pontes Cidade Jardim e João Dias, na Zona Sul, surgiram nos últimos tempos vários pontos de interdição, o que piorou ainda mais o tráfego nesse trecho já bastante complicado para os motoristas. O motivo disso é a realização do maior conjunto de construções naquele pedaço de dez anos para cá. Quatro grandes projetos de empreendimentos de luxo estão previstos para o local. Empresas como Odebrecht, Even e JHSF encontram-se por trás da movimentação. Quando ficar pronto, em 2020, esse pacote de condomínios terá um valor de mercado aproximado de 15 bilhões de reais. Nos terrenos onde operam as retroescavadeiras, além de dezoito torres comerciais e residenciais, serão erguidos quatro shoppings e três hotéis. Como a área terá mais gente circulando (a estimativa é de um acréscimo de 100 000 pessoas por dia), diversas obras viárias estão sendo feitas para tentar reduzir o impacto no trânsito nas pistas da via expressa.

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Maior colosso do pedaço, o condomínio Parque da Cidade terá 595 000 metros quadrados de área construída em um terreno do tamanho de quinze campos de futebol entre a Marginal Pinheiros e a Avenida Chucri Zaidan, no Brooklin. O espaço abrigará cinco torres de escritórios, um prédio comercial e dois residenciais, além de um shopping e da primeira unidade brasileira da rede de hotéis cinco-estrelas Four Seasons, programada para setembro de 2015. Quando estiver totalmente pronto, em 2019, o complexo será frequentado por 65 000 pessoas diariamente — o equivalente à população do bairro de Pinheiros.

A 2 quilômetros de distância, entre as pontes Morumbi e Estaiada, as construtoras Even e Yuny preparam as fundações do Urbanity. O condomínio de duas torres de 37 andares com salas comerciais e apartamentos será inaugurado em 2017, junto com mais um shopping. Um ponto em comum entre os empreendimentos é o “kit” de proteção à marginal. As fachadas da maioria dos prédios não estarão voltadas diretamente para o Rio Pinheiros. Entre elas e a via expressa, haverá jardins com es pelhos-d’água e árvores frondosas. “Só não existe nada que se possa fazer contra o mau cheiro”, afirma Saulo Nunes, diretor da Odebrecht Realizações Imobiliárias, empresa responsável pelo Parque da Cidade.

 

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Uma das poucas regiões da capital que ainda dispõem de grandes terrenos beneficiados por infraestrutura de transporte público, serviços e por um vasto sistema viário, a área é crucial no planeja- mento das empreiteiras pelo potencial de atrair mais empresas para o entorno da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini e desenvolver no local um novo polo econômico, uma alternativa às caras e superpopulosas regiões das avenidas Paulista e Faria Lima. “Existe uma demanda enorme para quem quer morar bem perto do trabalho”, observa Nunes. A Vila Andrade, distrito onde está o bairro do Panamby, por exemplo, está em segundo lugar no ranking de lançamento de imóveis residenciais do Secovi-SP. De janeiro de 2010 a junho de 2014, foram oferecidos 8 571 novos apartamentos por ali, pouco menos que os 8 650 do Itaim. Na região, a incorporadora JHSF arrematou um terreno de 15 300 metros quadrados entre o rio e a pista expressa da marginal, logo em frente ao Parque Cidade Jardim, que vai ganhar duas torres de uso misto e uma unidade do Hotel Fasano. O desenho arquitetônico ainda está sendo elaborado, mas as linhas gerais do projeto, que custará entre 350 e 450 milhões de reais, já foram definidas. Será uma construção de 140 metros de altura, com 33 andares e dois subsolos.

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O entusiasmo de algumas construtoras, porém, não é compartilhado pela vizinhança, acostumada a viver em uma área bastante arborizada. Em agosto, uma ação popular do Movimento Amigos do Panamby e da Associação Morumbi Melhor conseguiu suspender as obras do Parque Global, empreendimento de luxo da construtora Bueno Netto. Com investimento aproximado de 900 milhões de reais, o negócio prevê cinco torres residenciais com 47 andares cada uma, dois prédios comerciais, um hotel, um flat e um shopping. A construtora está recorrendo da decisão, e o caso segue em análise no Ministério Público.

As obras de infraestrutura também acompanham o movimento imobiliário. As de maior impacto são as pontes Laguna, que atravessa o Rio Pinheiros de Santo Amaro ao Panamby, e Itapaiúna, que levará os motoristas no sentido contrário. A um custo de 150 milhões de reais, deverão ser entregues em janeiro de 2016. “Também estamos construindo uma via paralela à marginal para distribuir o trânsito na travessia das pontes João Dias e Morumbi”, afirma o secretário de Infraestrutura e Obras do município, Roberto Garibe. Ainda sem data prevista para ser finalizada, a Linha 17 – Ouro do metrô também vai ajudar. Ela passará pelas pontes Estaiada e do Morumbi antes de cruzar o rio para conectar a rede à futura Estação Panamby.

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