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Pokémon Go completa um ano, com batalhas por espécies raras

Jogadores voltaram a se concentrar em vários pontos na cidade após empresa liberar os monstrinhos "lendários"

Por Ana Luiza Cardoso
3 ago 2017, 16h28
Rua Pedroso, na Bela Vista: ponto de concentração de jogadores (Ana Luiza Cardoso/Veja SP)
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Há exatamente um ano, centenas de pessoas se concentravam em pontos como Avenida Paulista, Parque do Ibirapuera e Largo da Batata, em Pinheiros, para estrear o jogo Pokémon Go, recém-chegado ao Brasil.

A febre durou meses, com esquinas lotadas de jogadores por toda a cidade. Mas a moda passou e, com o tempo, o movimento foi perdendo força.

Desde o último dia 22, no entanto, o joguinho voltou a mobilizar paulistanos nas ruas. O motivo é que, nesse dia, a Niantic, empresa responsável pelo jogo, liberou os monstrinhos “lendários”, as espécies raras do game, por tempo limitado. Com isso, os jogadores passaram a se reunir em grupos, para batalhar pelos bichinhos.

Entre eles está o engenheiro paulistano Julio Cesar Ahumada Filho, de 30 anos, criador do canal do YouTube TigerGames, que registrou sua caça pelas ruas de São Paulo em um vídeo intitulado “Nunca fiquei tão tenso!!” (confira, abaixo). Para ajudar na caça aos novos monstrinhos, ele coleta informações em grupos de WhatsApp cheios de jogadores. “Tem um de Pinheiros com duzentos integrantes”, conta.

No último dia 23, em uma rua na Bela Vista, ele, a namorada e pelo menos outros vinte jogadores, com idades variadas, se reuniram para derrotar, juntos os novos pokémons e capturá-los. A briga era por espécies chamadas Articuno e Lugia.
“Os lendários são esperados desde o começo do jogo”, explica. “A proposta do Pokémon Go sempre foi fazer as pessoas saírem de casa e encontrarem os amigos. Agora, para capturar esses, que são mais fortes, é preciso de sete a vinte pessoas na batalha. Por isso, os jogadores estão se encontrando em grupos grandes, reunindo gente.”

No mesmo dia, Ahumada caçou outras “espécies” em bairros como Vila Madalena, na Zona Oeste, e Consolação, na região central. Em todos eles, havia muita gente na batalha. “No entanto, é preciso tomar cuidado. Estão rolando uns casos de assalto, boatos, pessoas enviando localidades falsas. É preciso evitar locais que não se conhece. Vou fazer um vídeo a respeito”, alerta Ahumada.

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O químico Daniel Marcos de Freitas Araújo, 37, de Macapá, estava na capital a passeio quando foi informado sobre a liberação dos pokémons. Foi com o amigo, o estudante Antônio Marcos Silveira da Silva, 20, ao Parque do Ibirapuera e Avenida Paulista, onde encontrou grupos de caçadores. “Como a oferta de pokémons em São Paulo é maior, algumas pessoas do Macapá pediram para a gente usar a conta deles para caçar aqui”, explica Araújo. “Conheci pessoas que nunca imaginei, por causa de um jogo”, comenta Silva.

A nova disputa, conhecida como Batalha Raid, ocorre nos ginásios controlados por um pokémon chefe. Para derrotá-lo, é preciso se reunir com outros treinadores e, assim, conquistar itens especiais e a chance de capturar o lendário. Como anunciado pela Niantic, a espécie Articuno ficou solta até o dia 31 de julho. A Moltres vai dar as caras até o dia 7 de agosto e dará a vez a Zapdos, que circulará até o próximo dia 14.

“Meu celular é muito fraquinho e o jogo travou muito, desisti”, lamenta a estudante de ciência da computação Amanda Andrade, 23, que foi a um evento no Parque do Ibirapuera assim que os lendários foram liberados.

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“Se não tivessem liberado os lendários, eles matariam o jogo”, acredita o caçador e dono de restaurante Calvin Motta, 26. “As pessoas pararam de ir para a rua, não tinha mais novidade no jogo. Quando surgiram os lendários, até a minha mãe, que mora em Boston, começou a jogar”.

Em sua primeira busca por São Paulo, Motta reencontrou um cenário mais modesto, porém próximo ao que viu no ano passado. “As pessoas voltaram a falar do jogo. Eu consegui ver grupos de novo, as pessoas me paravam na rua para perguntar se eu tinha achado os pokémons”.

 

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