25 motivos para amar a Consolação
Não faltam razões para se apaixonar por essa região cheia de altos de baixos
A freguesia da Consolação nasceu de uma divisão de chácaras em 1870. Depois da Proclamação da República, em 1889, donos de sítios antigos do bairro mandaram abrir ruas, avenidas, alamedas e largos em suas terras, fazendo surgir áreas nobres como Higienópolis e Pacaembu.
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O processo de decadência da região começou quando as suntuosas mansões foram sendo substituidas por endereços comerciais. Ao longo das décadas, o entra-e-sai de comércios, restaurantes e casas noturnas consolidou a vocação do local para os negócios.
Listamos boas razões para se apaixonar pelas redondezas da Consolação, sempre vibrante e cheia de contrastes:
1. Quer curtir um cineminha? A Consolação é o lugar ideal. A rota começa no Belas Artes, passa pelas unidades do Espaço Itaú de Cinema e reúne boa parte dos poucos cinemas de rua que sobreviveram ao tempo.
2. De todas as atrações, a Rua Augusta talvez seja a que melhor resume o espírito da Consolação. Desde a movimentada esquina com a Paulista até os arredores da Roosevelt, moderninhos, sertanejos, pagodeiros e outras tribos dividem as calçadas sem o menor desconforto.
3. O tradicionalíssimo Sujinho serve até altas horas os petiscos e grelhados que fizeram a fama da pequena Rua Maceió. A poucos metros, fica a mais recente – e igualmente badalada – a Hamburgueria do Sujinho.
4. Inaugurado em 2001, o Shopping Frei Caneca mudou a cara do pedaço e ajudou a consolidar a fama gay-friendly da rua que liga a Paulista a uma das regiões mais degradadas do centro. O complexo tem nove salas de cinema, dois teatros, uma escola para formação de atores e um centro de convenções.
5. Estar pertinho da Avenida Paulista é privilégio dos moradores da região. Lazer, arte, shows, manifestações, tudo acontece por lá. É quase uma cidade dentro da cidade.
6. Desde de a inauguração, o restaurante Jiquitaia vem mantendo os preços para lá de razoáveis de sua cozinha brasileira. É sempre surpreendente sua deliciosa moqueca de peixe do dia com camarão na companhia de arroz e farofinha de dendê (46 reais).
7. É difícil passar pela Rua Maria Antônia, nos arredores, e não se impressionar com o prédio de tijolos aparentes do Mackenzie. A instituição beneficente criada por missionários americanos em 1870 se transformou em umas das maiores universidades do país.
8. Em 1968, auge da repressão no regime militar, a rua foi cenário de um confronto histórico entre estudantes do Mackenzie, de direita e da USP, de esquerda. A Batalha da Maria Antônia terminou com dezenas de feridos, um morto e a transferência os cursos de humanas da USP para a Cidade Universitária, no Butantã. Devolvido à USP, o edifício principal só foi reaberto em 1993, como Centro Universitário Maria Antonia.
9. O terreno que hoje abriga a Praça Roosevelt só ganhou esse nome em 1970. A praça foi reformada em 2012 e, desde então, atrai uma horda de skatistas em busca do concreto lisinho e repleto de corrimões e obstáculos.
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10. Irmão mais novo do Gopala Hari, o restaurante Gopala Madhava também segue a cartilha lactovegetariana da ex-monja Madhava Lila. Vale conferir os pequenos salões tomados pelo aroma de especiarias indianas.
11. Erigido em 1858, o Cemitério da Consolação nasceu para receber vítimas da epidemia de cólera, que abarrotava os morgues de igrejas da região. O lugar oferece visitas guiadas pela morada eterna de personalidades como Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Ramos de Azevedo e Oswald de Andrade.
12. Inaugurada em 1972, a Passagem Literária da Consolação reúne um sebo de livros, música ambiente, apresentações e exposições de arte, além de servir como caminho para quem sai da Rua da Consolação, chegando quase à Avenida Angélica
13. Amplo e democrático, o Sesc Consolação tem duas piscinas, quatro ginásios, três salas de ginástica e dança, quatro consultórios odontológicos e o Teatro Anchieta. Ufa!
14. Nas fronteiras com Higienópolis estão alguns dos exemplos mais bem acabados da influência da arquitetura modernista na cidade, como o Edifício Anchieta – primeiro da Paulista – e os luxuosos Bretagne e Lausanne, ambos na Avenida Higienópolis.
15. Para quem bate ponto em salões de beleza, endereços como o Circus e o Retrô Hair, ambos na Augusta, oferecem serviços de qualidade sem machucar o bolso.
16. Se o assunto é curtir a noite, a Consolação se mostra o lugar. Nas imediações do Baixo Augusta, clubes moderninhos como Funhouse, Blitz Haus, Inferno e Beco 203 fazem tremer o chão com muita badalação.
17. É um desafio percorrer a Rua da Consolação sem se encantar com as luminárias, pendentes e abajures nas vitrines. A vocação luminosa começou a se desenhar nos anos 50, quando a pioneira Lustres Bobadilha fincou ali o primeiro negócio do gênero. Atualmente, mais de vinte lojas especializadas ocupam a via.
18. Em 1987, cogitou-se mudar o nome de um trecho da Consolação, entre a Alameda Santos e a Rua Estados Unidos, para Alameda Poeta Drummond. A curiosa homenagem ao mineiro não foi adiante, após ser recusada pelos moradores da região.
19. Reduto da boemia paulistana nos anos 70, o bar Riviera renasceu no século XXI por novas mãos: as do empresário da noite Facundo Guerra e do chef Alex Atala. Noves fora, o sinuoso balcão vermelho e os sanduíches que fizeram a fama da casa continuam dominando. Rolam apresentações de jazz e MPB às sextas e aos sábados.
20. No comecinho da Rua da Consolação fica a Biblioteca Mário de Andrade, maior da cidade e segunda maior do país. O prédio construído em 1925 guarda um impresssionante acervo de mais de de 3 milhões de itens, entre livros, jornais, mapas e vídeo.
21. A lanchonete Frank & Charles, na Rua Tinhorão, tem um cantinho reservado para donos e seus cachorros, batizado de Pet Fun Food. A área externa conta com caminhas, potes com água fresca, tapetes higiênicos e outros mimos para os bichinhos.
22. A rede de transporte público que atende a região é uma das mais completas da cidade. Quem mora ou trabalha na Consolação pode cruzar São Paulo usando as linhas 4-Amarela e 2-Verde do Metrô, ou então, com uma das dezenas de opções de ônibus.
23. A icônica rotisseria Bologna reabriu em 2013 mais moderna e com vocação de padaria. Os fãs do franguinho assado, porém, podem respirar aliviados: uma “televisão de cachorro” instalada no salão garante a especialidade todos os dias.
24. Símbolo da modernização da Avenida Paulista, o Conjunto Nacional foi um dos primeiros edifícios multifuncionais da cidade.Tanta inovação não passaria despercebida: o complexo é considerado o primeiro shopping center da América Latina.
25. Todo ano, a Parada do Orgulho LGBT cruza a Avenida Paulista e segue até a Igreja da Consolação em um festa que celebra a diversidade e a luta contra a homofobia. A 20ª edição do evento está marcada para o fim do mês de maio.