Continua após publicidade

Moradores de prédio que desabou passam a noite na rua

Movimento reivindica que a Prefeitura disponibilize uma tenda para instalarem uma cozinha provisória e banheiros químicos

Por Estadão Conteúdo
2 Maio 2018, 09h35
Moradores do prédio que desabou após pegar fogo dormem em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu (Henrique Barreto / Futura Press / Estadão Conteúdo/Veja SP)
Continua após publicidade

Parte dos antigos moradores do Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou na madrugada desta terça-feira (1°) passou a noite em colchões e barracas no Largo do Paissandu, em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Livres, no centro da cidade de São Paulo. Segundo Ricardo Luciano, coordenador do Movimento Luta por Moradia Digna (LMD), de 100 a 120 pessoas dormiram no local.

Na manhã desta quarta-feira (2), algumas dezenas de pessoas permaneciam no local. De acordo com o movimento, a permanência é uma forma de pressionar o poder público a conseguir uma moradia definitiva. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento, 61 moradores aceitaram acolhimento e estão no centro temporário de acolhida Prates, também na região central. Há relatos de pessoas que foram para outras ocupações.

O movimento reivindica que a Prefeitura disponibilize uma tenda para instalarem uma cozinha provisória e banheiros químicos.

Maria Carmelita Santos de Jesus, de 53 anos, é uma das ex-moradoras do edifício que passou a noite no Largo do Paiçandu. “Passei o dia todo aqui. Este colchão foi doado”, conta. Auxiliar de limpeza, Maria Carmelita estava no trabalho, quando ocorreu o incêndio. “Só não perdi o documento e a roupa do corpo”, conta. Mesmo na rua, ela vai retornar ao trabalho nesta quarta, das 22h às 6h, e tomar banho na casa da tia de uma vizinha da ocupação.

Ela considera aceitar o auxílio-aluguel, que seria ofertado pelo Governo do Estado, desde que consiga dividir um imóvel com outras vizinhas. “Não existe aluguel de 400 reais”, disse. Maria Carmelita havia se mudado para a ocupação havia três anos, após o seu barraco na Favela do Moinho, também no centro da capital, ser atingido por um incêndio.

Continua após a publicidade

Também no largo, Leig Laura Aprigio, de 36 anos, passou a noite em uma barraca emprestada junto do marido e dos filhos, de 8 e 15 anos. “Ainda bem que teve a barraca, porque estava muito frio de noite”, conta. Eles estavam no edifício havia menos de um mês após terem sido expulsos de uma casa que invadiram em Bertioga, no litoral paulista. “Uma mulher, a Selma, me convidou. Durou nem um mês”, lamenta.

Já o vendedor ambulante Cláudio Maciel, de 34 anos, dormiu no largo para apoiar o movimento. Em situação de rua há 18 anos, ele costuma passar as noites no entorno, na Avenida São João. “Eles sempre me ajudaram, por que não vou ajudar?”, contou ele, que costumava frequentar o edifício para tomar banho e fazer refeições.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.