Mezanino do Copan renasce com chegada de escritórios como o do Greenpeace
O ambiente estava sem uso desde 2021. Agora reformado, ele assume o uso corporativo, previsto no projeto original de Niemeyer
Prédio-símbolo de São Paulo, o Copan, na República, respira ares de mudança. No térreo, a galeria tradicionalmente ocupada por cabeleireiros e lavanderias anda cheia de novas lojas descoladas e restaurantes concorridos. Nos apartamentos, há uma profusão de unidades voltadas só para o aluguel via Airbnb — surgiu até uma empresa especializada em hospedagens no edifício. A reforma da fachada, adiada por anos, deve começar no primeiro semestre. E, agora, o uso corporativo — previsto no projeto de Oscar Niemeyer — ressurge no condomínio com a abertura de escritórios no mezanino, que andava sem uso desde 2021.
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O andar tem 4 500 metros quadrados e, no passado, chegou a ser utilizado pela finada Telesp. Em 2012, a Ri Happy, marca de varejo infantil, alugou a laje como sede corporativa da empresa. Em janeiro de 2020, o grupo Ilion Partners, que investe em projetos de retrofit (reformas completas que dão “nova vida” a edifícios) no Centro, comprou o espaço por cerca de 15 milhões de reais — e se tornou, assim, o maior condômino do Copan. Veio a pandemia, a lógica dos escritórios mudou e, em agosto de 2021, os inquilinos deixaram o mezanino. De lá para cá, o espaço ficou praticamente sem uso — a marca mineira Guaja tentou abrir um coworking ali, mas não conseguiu investidores e desistiu do projeto em outubro.
A nova versão do mezanino, que possui um charmoso terraço curvo, promete modernizar os usos anteriores. “Em vez de um escritório ‘fechadão’ e antiquado, teremos áreas conectadas à varanda, que vai ganhar bancos e paisagismo”, diz o francês Maxime Barkatz, sócio da Ilion. Em janeiro, a consultoria Heartman mudou-se para uma área de 900 metros quadrados no local. Em julho, o Greenpeace sai de Pinheiros, na Zona Oeste, para um espaço similar na laje. “Nossa outra opção era ir para a Faria Lima, mas a oferta de serviços e infraestrutura do Centro é melhor”, diz Vinícius Garcia, CEO da Heartman.
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A crise no Centro, a partir dos anos 1970, está ligada à saída de instituições financeiras para o eixo da Faria Lima, o que tirou empregos com bons salários da região. “A volta da atratividade residencial já virou realidade, mas as empresas não acompanharam o movimento”, diz Barkatz. “Queremos inspirar essa mudança”, conclui.
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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de março de 2023, edição nº 2832