Metrô de São Paulo já tem 128 lojas em suas estações
Empresa planeja criar outros 105 estabelecimentos até 2013
Todos os dias da semana, depois das dezoito horas, começa a se formar uma fila curiosa no térreo da Estação Pinheiros, que pertence à Linha 4 – Amarela. Grupos de jovens vão se aglomerando em frente a um quiosque e saem de lá consumindo copos de macarrão instantâneo.
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Para muitos deles, é uma boa alternativa de alimentação rápida na saída do trabalho, antes de encarar as aulas na faculdade, a um preço baixo (cada porção custa cinco reais). “Ganho tempo comendo por aqui”, explica a promotora de vendas Kaline Lígia Macedo, de 32 anos.
Em outro ponto do metrô, na Luz, chama atenção o movimento de mulheres num estabelecimento especializado em vestidos para noivas. Ele fica na saída para a Avenida Prestes Maia e tem modelos a partir de 4.200 reais. Nos acessos às demais plataformas do sistema, é possível encontrar ainda cafés, farmácias, uma lotérica e uma série de lojas, com ofertas diversas de produtos: de passagens aéreas a artigos cosméticos.
É inédita a proporção que esse tipo de comércio tomou dentro do serviço. No momento, existem 128 lojas nas estações e há planos de abrir outras 105 até 2013. As áreas são alugadas a preços entre 600 e 3.000 reais o metro quadrado. As locações renderam à Companhia do Metropolitano de São Paulo uma receita de 6,5 milhões de reais entre janeiro e julho deste ano.
Na semana passada, foi aberta uma nova licitação para uma empresa do setor de calçados ocupar locais dentro das estações Ana Rosa, Palmeiras-Barra Funda, Brás, Santana e Sé. Ao longo deste semestre, mais dois editais serão publicados para a seleção de interessados em outras 75 áreas.
Nesse ritmo de expansão, o plano é chegar a um total de 233 estabelecimentos até o fim de 2013, incluindo um shopping na São Bento, com 42 lojas. “É a estação com mais espaço para acomodar esse tipo de empreendimento”, explica Dóris Lemos Vasconcelos, assistente da Gerência de Negócios do Metrô.
Com um movimento atual de 4,6 milhões de passageiros por dia, não é difícil imaginar como é vantajoso abrir pontos comerciais nas estações. A Cup Noodles tem dois quiosques (Pinheiros e Paulista) e planeja abrir mais dois no próximo mês.
A Alpargatas possui quatro franquias especializadas em vender Havaianas e estuda criar outras duas até o fim do ano. “Sempre passo aqui para comprar algo no caminho do trabalho. É prático e seguro”, conta a estudante Bianca Leão Rodrigues, frequentadora da loja da marca na Estação Sé.
Um dos negócios mais interessantes dentro do sistema é a 24×7 Cultural, rede que espalhou dezenove máquinas automáticas para a venda de pocket books. Os títulos vão de best-sellers de autoajuda a clássicos da literatura brasileira. Quem define o preço dos exemplares é o próprio comprador, que precisa pagar um mínimo de dois reais.
Quando surgiu, em 2003, a iniciativa ocorria nos moldes tradicionais, com os valores fixados na capa. “Tive de mudar para atrair mais leitores”, explica o dono Fábio Bueno Netto. A alteração se deu em novembro de 2011 e fez a média de vendas mensais saltar de 10.000 para os atuais 70.000 exemplares. “A operação tornou-se lucrativa com esse aumento do volume de negócios”, comemora o empresário.
ESTAÇÃO COMERCIAL
Os estabelecimentos do sistema por ramo de atividade
ALIMENTOS: 39
TELEFONIA: 26
FARMÁCIAS: 19
COSMÉTICOS/PERFUMARIA: 10
CIAS. AÉREAS: 7
LIVROS/REVISTAS: 7
VESTUÁRIO: 7
CALÇADOS MODA PRAIA: 4
TV POR ASSINATURA: 3
AGENDAMENTOS DE CONSULTA DO HOSPITAL CEMA: 1
JUIZADO DE PEQUENAS CAUSAS: 1
LOJA DE ARTESANATO: 1
MUSEU DA DIVERSIDADE: 1
DELEGACIA DO IDOSO: 1
LOTERIA: 1
TOTAL: 128