Metrô bate recorde de passageiros
À medida que as linhas espicham, cresce o número de usuários do sistema. Resultado: vagões lotados em toda a rede
É um efeito colateral inevitável: à medida que o metrô cresce, novos passageiros se sentem incentivados a se locomover por debaixo da terra. Inaugurada em maio do ano passado, a Linha 4 – Amarela já enfrenta problemas de lotação nos horários de pico. Até pouco tempo atrás considerada sinônimo de tranquilidade, a linha 2 – Verde, com a qual a Amarela possui conexão, chega hoje a registrar 6,5 pessoas por metro quadrado em seus trens — o limite de desconforto considerado aceitável é de seis. “Trens lotados significam que nosso planejamento está correto. Seria um equívoco gastar bilhões de reais para atender poucas pessoas”, justifica Sérgio Avelleda, presidente do Metrô.
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Em 2005, cerca de 2,5 milhões de paulistanos recorriam aos trilhos subterrâneos da cidade diariamente. Hoje, a média diária é de 3,8 milhões de passageiros (no ano passado, foi batido o recorde: 3,9 milhões). “A demanda reprimida por esse meio de transporte é enorme”, avalia Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transportes. “A tendência, portanto, é que ele se torne cada vez mais lotado.” Para tentar aliviar o sistema, a administração do serviço promete abreviar o intervalo entre as composições de toda a malha — dos atuais 103 segundos, em média, para 85 segundos.
Outra solução em curso é a aquisição de 55 novos trens. Há mais medidas possíveis. “A prefeitura precisa multiplicar diversas vezes o número de corredores de ônibus do município e integrá-los às estações do metrô”, aponta Jaime Waisman, professor de engenharia da USP e consultor na área de transportes. “Só assim para aliviar as viagens subterrâneas.”