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Hotel de luxo Palácio Tangará tem diárias de até 38 200 reais

Cercado pelo Parque Burle Marx, empreendimento tem restaurante de chef premiado e vista privilegiada

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 24 jul 2017, 15h58 - Publicado em 5 Maio 2017, 18h21

É difícil ficar indiferente. Para onde quer que se vire, há um cenário mais bonito que o outro. Tudo de muito bom gosto e visivelmente requintado — mas na medida, sem “gritar” aos olhos. O Palácio Tangará consiste em um hotel sui generis na capital.

Inaugurado no início de maio, o estabelecimento tipo cinco-estrelas instalado no Panamby é abraçado pelo Parque Burle Marx. A vegetação típica da Mata Atlântica ao redor traz ares de refúgio, em um ambiente que mal parece fazer parte de São Paulo. Tantas qualidades, é claro, não vêm de graça. Um seleto grupo pode aproveitar as regalias.

Palácio Tangará: pensado originalmente na cor terracota, área externa recebeu cor off white (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Quer relaxar em um dos 141 quartos do local? A diária não custa menos de 1 575 reais. Se preferir esbanjar (bem) mais: a suíte chamada royal, de 528 metros quadrados, 250 deles de terraço, vale até 38 240 reais a estadia. É a mais cara da metrópole. Aproxima-se disso apenas o pernoite no principal quarto do Tivoli Mofarrej, nos Jardins, a 30 000 reais.

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A arquiteta Patricia Anastassiadis: “Quisemos equilibrar o moderno e o clássico” (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Assim, o local da Zona Sul deve virar destino de personalidades, políticos e artistas. “O Tangará faz o estilo hotel boutique, como o Fasano e o Emiliano, que trazem a imagem de glamour e exclusividade”, afirma Bruno Omori, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo.

Ele explica que, apesar da crise, o segmento de luxo apresenta demanda e atrai turistas abastados, que impulsionam a economia local. “Esse público tem sede de qualidade, e dinheiro não é problema.” Os paulistanos podem aproveitar as instalações sem precisar se hospedar.

Uma das opções é virar “sócio” do negócio, nos moldes de um clube. Apenas 100 carteirinhas foram disponibilizadas em um primeiro momento, ao custo de 18 000 reais pelo pacote anual. Elas dão direito a usar a academia, as piscinas externa e interna (com fundo de mármore) e a desfrutar o spa com preços mais camaradas.

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Esse último também fica disponível a visitantes. Uma massagem de uma hora com produtos da grife Sisley, por exemplo, custa 580 reais. Há ainda nove salas destinadas a eventos. O amplo salão de baile com capacidade para 530 convidados tem aluguel estimado em 85 000 reais. Antes mesmo da abertura, a área contabilizou quinze festas de casamento para os meses seguintes.

Suíte do empreendimento: menor opção conta com 47 metros quadrados (Alexandre Battibugli/Veja SP)

O hotel traz ainda algo inédito por aqui: um restaurante com menu assinado pelo francês Jean-Georges Vongerichten, cujo currículo ostenta três estrelas do Guia Michelin, publicação que é referência no universo gastronômico. Pouco antes de abrir, o chef passou uma semana em São Paulo para acertar os detalhes finais.

Ele incluiu matérias-primas brasileiras nas receitas contemporâneas de pegada asiática, como mandioquinha e tapioca — o menu degustação de seis tempos vale 420 reais. Na capital, visitou o Mercadão a fim de conhecer novos ingredientes e bebericou três caipirinhas de limão. “Descobri que duas é meu limite”, brincou ele, responsável ainda pela comida do serviço de quarto e do bar.

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Vongerichten deixa a cozinha aos cuidados de Pascal Valero, chef executivo que também veio da França e com experiência em casas como Le Coq Hardy, NB Steak e Kaá. O Tangará assume o posto de primeiro hotel da bandeira alemã Oetker Collection na América Latina.

Restaurante comandado pelo chef Vongerichten: cardápio contemporâneo de pegada asiática (Alexandre Battibugli/Veja SP)

A coleção inclui alguns dos principais negócios de luxo do tipo no mundo, caso do Le Bristol, em Paris, datado de 1925. Há funcionários da Argentina, da Suíça e até do Oriente Médio. “Recebemos 7 200 currículos para 300 vagas”, lembra o diretor-geral, Celso David do Valle, experiente no ramo e com passagem pelo Belmond Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, do mesmo grupo do icônico Copacabana Palace, no Rio.

A equipe faz valer os princípios do atendimento de primeira. Anda alinhada com uniformes inspirados pelas cores do pássaro da fauna sul-americana que dá nome ao negócio, entre azul, verde e preto. Com um sorriso no rosto, mostra-se solícita e simpática. Por exemplo, os funcionários nunca falam “tchau”, mas “até a próxima”.

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Fica visível aos frequentadores que, ali, os detalhes são da maior importância. Tudo deve estar absolutamente impecável. Iniciada em 1999 pelas mãos de uma empreiteira e um fundo de pensão, a obra de cerca de 30 000 metros quadrados foi abandonada por doze anos devido a problemas financeiros, até ser retomada, no fim de 2014, após a compra de um fundo financeiro americano.

Piscina coberta: fundo em mármore (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Com cinco andares e ares de castelo europeu, o esqueleto estava quase pronto — porém deteriorado e demandou alterações. Especialistas do setor calculam que, para pôr um projeto dessa monta de pé, foi necessário um investimento de pelo menos 100 milhões de reais.

O decorador Luiz Ricardo Bick e o arquiteto William Simonato ficaram responsáveis pelo visual dos quartos, que têm, no mínimo, 47 metros quadrados. “Escolhemos variações de cinza como base”, explica Simonato, que também sugeriu a mudança da antiga cor da fachada, de terracota para o atual off-white.

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A arquiteta Patricia Anastassiadis cuidou do design das áreas sociais. Usou estofados, pedras e madeiras nacionais, além de móveis e obras de arte assinados por artistas brasileiros. “Quisemos equilibrar o moderno e o clássico”, diz.

Simonato e Bick: os responsáveis pelo visual dos quartos (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Envolvido no projeto desde a versão original, o paisagista Sergio Santana comandou a tarefa de pensar os jardins. “Optamos pelo contraste entre as espécies da Mata Atlântica vistas no parque e uma vegetação em disposição geométrica mais uniforme no hotel”, afirma ele, que trabalhou como estagiário do paisagista Roberto Burle Marx nos anos 70. “Na primavera, será possível ver flores amarelas, roxas e rosa.”

O Tangará faz parte de uma nova leva de hotéis paulistanos de alto padrão. Além da reabertura, em outubro de 2016, do repaginado Ca’d’Oro, na Rua Augusta, mais dois grandes empreendimentos serão lançados em breve. O primeiro deles é o canadense Four Seasons, na Avenida das Nações Unidas, que deve ser inaugurado em março de 2018. Terá 254 quartos e 84 apartamentos residenciais.

Em 2019, abrirá as portas o Cidade Matarazzo, complexo próximo à Avenida Paulista que incluirá um hotel requintado. O ambiente conta com design do parisiense Philippe Starck e suítes com preços médios de 6 000 reais.

Palácio Tangará. Rua Deputado Laércio Corte, 1501, Panamby, ☎ 4904-4040. Diárias (variáveis conforme a temporada): R$ 1 575,00 a R$ 38 240,00. www.palaciotangara.com.

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