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Doria diz que não sabia da participação estrangeira na ButanVac

"Eu não tinha a informação, mas entendo que a ButanVac é uma vacina nacional", afirmou o governador em conversa com a imprensa nesta segunda-feira (29)

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 mar 2021, 12h57 - Publicado em 29 mar 2021, 12h48

O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta segunda-feira (29) que não sabia da inclusão de tecnologia estrangeira no desenvolvimento da vacina ButanVac. A declaração aconteceu no Instituto Butantan, enquanto o governador acompanhava a liberação de um lote de 5 milhões da vacina CoronaVac ao Ministério da Saúde

“Simplesmente porque eu não tinha a informação [da participação do Instituto Mount Sinai]. Mas entendo que a ButanVac é uma vacina nacional. O importante é termos uma vacina, e temos. Se parte dela é tecnologia internacional, isso é uma boa contribuição, isso é positivo”, afirmou João Doria.

O Instituto Butantan anunciou na última sexta-feira (26) que iniciou o desenvolvimento e a produção-piloto da primeira vacina brasileira contra o coronavírus. A expectativa é que os ensaios clínicos de fases 1 e 2 em humanos com o novo imunizante comecem já em abril, após autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A ButanVac será uma vacina produzida no Butantan, sem necessidade de importação do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo). Os resultados dos testes pré-clínicos realizados com animais se mostraram promissores, o que permite evoluir para estudos clínicos em humanos, disse o instituto.

Ainda durante a fala com a imprensa, João Doria pediu para o ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações, agilizar a produção da vacina que está sendo financiada pelo governo federal. “Acelera, ministro”, disse o governador. “Aqui em São Paulo já estamos produzindo vacina”.

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Polêmica com participação estrangeira

De acordo com a Folha de S. Paulo, parte da ButanVac foi desenvolvida nos EUA e três estudos publicados em revistas científicas falam sobre a vacina. As publicações divulgam tanto o imunizante desenvolvido com um vírus inativo da doença de Newcastle (gripe aviária com vetor que carrega a proteína da Covid-19), quanto testes em animais. O jornal revela que parte da tecnologia do imunizante veio da Escola de Medicina Icahn do Instituto Monte Sinai, de Nova York, Estados Unidos.

O Butantan se pronunciou por meio de nota após a reportagem, afirmando que a ButanVac será “100% nacional”, como informado anteriormente. Disse que firmou uma parceria e tem a licença de uso e exploração de parte da tecnologia, que foi desenvolvida pela Icahn School of Medicine, como também é mencionado pelo jornal.

“O uso dessa tecnologia é livre do pagamento de royalties e pode ser feito por qualquer instituição de pesquisa em qualquer parte do mundo. Isso foi adotado com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus”, afirma o Instituto.

Mas, de acordo com o Butantan, “não se tem uma vacina apenas com essa tecnologia de obtenção do vírus”. Afirmou que etapas como a multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação aos ovos, conservação, entre outros, foi completamente desenvolvida com “tecnologia do Butantan”.

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“É importante ressaltar que a ButanVac é e será desenvolvida integralmente no país, e o consórcio internacional tem um papel importantíssimo na concepção da tecnologia e no suporte técnico para o desenvolvimento do imunobiológico”.

Cita também a matéria da Folha, e comenta que a reportagem “traz um comunicado não oficial de um pesquisador da instituição norte-americana”. De acordo com o jornal, Peter Palese, diretor e professor do departamento de microbiologia do instituto, fonte da informação, é detentor da patente e responsável pelo desenvolvimento da vacina no hospital.

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