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“Matou a troco de nada”, desabafa pai de estudante assassinado

Leia o depoimento de José Valdir Deppman, pai de Victor Hugo, 19 anos, assassinado com um tiro na cabeça durante um assalto na porta de sua casa, no Belém

Por João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h08 - Publicado em 12 abr 2013, 21h16

O assassinato covarde e brutal do estudante Victor Hugo Deppman, de 19 anos, chocou a cidade. Após um dia de trabalho, ele estava voltando para casa na última terça (9) quando foi abordado por um assaltante no portão do prédio onde morava, no bairro do Belém, na Zona Leste.

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Sem esboçar nenhum tipo de reação, Victor entregou na hora o celular ao bandido. Mesmo assim, levou um tiro na cabeça. Chegou ainda com vida ao hospital, mas não resistiu após sofrer a terceira parada cardíaca. O principal suspeito de cometer essa barbaridade é um menor que se entregou à polícia no dia seguinte, às vésperas de completar 18 anos. A seguir, o comerciante José Valdir Deppman, pai da vítima, relembra detalhes da noite da tragédia:

“Cheguei do trabalho por volta das 20 horas. Tomei banho e estava tranquilo, esperando minha mulher fazer o jantar. Às 20h35 em ponto liguei para o Victor. Queria saber se deveríamos esperá-lo. Ele disse que já tinha comido alguma coisa no estágio, na Rede TV!, e que, quando chegasse em casa, trocaria de roupa para ir jogar futebol com os amigos da Faculdade Cásper Líbero, onde estudava rádio e TV. Enquanto jantava com o resto da família, por volta das 20h55, ouvi um barulho. Eu falei que era um tiro, mas a Marisa pensou que fosse alguma bombinha ou rojão estourado na vizinhança. O porteiro tirou a nossa dúvida ao interfonar dizendo que meu caçula tinha sido baleado. Saí de casa imediatamente, mesmo descalço. Como o elevador demorou, fui pela saída de emergência e desci correndo nove andares.

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Vimos o Victor deitado na calçada. Havia uma poça grande de sangue. O tiro entrou perto do olho esquerdo e ficou alojado na cabeça. Fizeram os primeiros socorros e ele voltou a respirar. Chegaram quatro viaturas da polícia, mas a ambulância demorou. Eu tinha esperança porque o garoto era jovem e praticava esportes. Malhava e jogava futebol, além de ser um santista apaixonado — entrou no estádio da Vila Belmiro quando era pequeno segurando a mão de Robinho.

Recebemosa notícia da morte por volta das 23 horas. O Victor era um menino alegre. Estava com o celular novo, um Samsung Galaxy S2, desde setembro. O que nos revolta é que ele entregou o aparelho e não apresentou resistência. Foi tirar a mochila para dar àquele monstro, e mesmo assim foi assassinado.

Pelas imagens, o bandido aparece primeiro com a arma apontada para a cintura dele. Por crueldade, mudou depois a direção da arma. Matou a troco de nada. Espero que a tragédiado Victor não tenha sido em vão. É preciso diminuir a maioridade penal para 16 anos.

O animal que atirou no meu filho fez isso quando estava prestes a completar 18 anos. Sua passagem pela Fundação Casa significará umas férias de três meses. A vida do Victor valia muito mais do que isso”.

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