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Deputado que ofendeu Vera Magalhães diz estar “tranquilo” com representação

Douglas Garcia diz já ter perdido as contas de quantas vezes já foi alvo de denúncias no Conselho de Ética da Alesp; episódio recente soma seis delas

Por Clayton Freitas
Atualizado em 14 set 2022, 18h56 - Publicado em 14 set 2022, 18h55

O deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) escreveu em suas redes sociais ter recebido “com tranquilidade mais uma representação” contra ele no Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) por ofensas desferidas contra a jornalista Vera Magalhães na noite desta terça-feira (13), durante um debate eleitoral. Entre outras coisas, ele disse que ela é “uma vergonha para o jornalismo”, afronta já desferida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) também durante um debate.

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Em sua postagem o bolsonarista se referia apenas a representação feita pelos deputados petistas Emídio de Souza e Paulo Fioriollo. “Ser processado e atacado pelo PT me orgulha”, afirma. Entretanto, elas já somam seis, já que outras cinco foram apresentadas. São elas: a protocolada em conjunto pelas deputadas Leci Brandão (PCdoB) e Marcia Lia (PT); a de Isa Penna (PCdoB); outra de Mônica Seixas da Mandata Ativista (PSOL); uma de Patrícia Bezerra (PSDB), e a última, de Luiz Fernando (PT).

A presidente do Conselho de Ética na Alesp, a deputada estadual Maria Lucia Amary (PSDB), confirmou ter recebido as representações e encaminhado a autuação e notificação de Garcia. “Como mulher, repudio veementemente este tipo de comportamento e me solidarizo com a jornalista Vera Magalhães, que estava no exercício do seu trabalho”, escreveu a tucana em suas redes.

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A insistência de Douglas Garcia em afrontar Vera Magalhães levou Leão Serva, diretor de jornalismo da TV Cultura, emissora em que a jornalista também trabalha, tirar o smartphone da mão de Garcia e arremessá-lo para longe, atitude que caiu nas graças das redes sociais e virou meme. Serva também xingou o deputado estadual.

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o deputado estadual mentiu novamente em relação ao valor do contrato que Vera mantém com a mantenedora da emissora (o valor correto é de 200 000 reais ao ano, mas o bolsonarista mentiu dizendo ser de 500 000).

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Na maior parte do tempo, apenas desferiu ataques contra jornalistas e disse que foi a jornalista quem agiu com destemperança. O vídeo foi gravado no que parece ser uma calçada próxima à uma delegacia de polícia, onde ele diz ter registrado um boletim de ocorrência, tentando se fazer passar por vítima.

A tentativa de Garcia se fazer passar por vítima não convenceu nem o candidato que ele apoia, Tarcísio de Freitas. Em suas redes sociais, Freitas afirmou lamentar “profundamente” e repudiar “veementemente” a agressão sofrida pela jornalista. “Essa é uma atitude incompatível com a democracia”, menciona post da conta do candidato no Twitter.

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Vários candidatos e celebridades também repudiaram a atitude do deputado estadual bolsonarista.

Reincidente

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Assim como ele lembrou em suas redes sociais, essa não é a primeira vez que Garcia é denunciado ao Conselho de Ética da Alesp. A última vez foi em maio deste ano, quando ele disse que a sua colega na Casa, Érica Malunguinho, era “agressiva” quando defende que um homem se sente mulher. Apesar da fala transfóbica, o Conselho de Ética recusou a abertura de processo. Ele também tentou dizer que era vítima, versão que também foi rechaçada. Antes disso, em 2019, ele disse que “tiraria no tapa” uma transexual que usasse o mesmo banheiro feminino que sua mãe ou irmã. Nessa oportunidade, o Conselho de Ética apenas o advertiu verbalmente.

Ele também já usou a prerrogativa de deputado estadual para divulgar informações falsas contra opositores ao governo Bolsonaro.

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Questionado se confia que a representação irá avançar no Conselho de Ética e se isso reverterá em punição a Garcia, Emídio de Souza lembra do caso de Artur do Val, o Mamãe Falei, que foi cassado por quebra de decoro parlamentar, e também o de Fernando Cury (União Brasil), suspenso por seis meses depois de apalpar a colega Isa Penna (PC do B) em plenário. “Esse novo caso não pode passar batido, é uma agressão e espero que a Assembleia se manifeste”, diz.

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