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Delícias calóricas que valem o pecado da gula

Veja opções de até 2.100 calorias servidas por lanchonetes e restaurantes

Por Nathalia Zaccaro
Atualizado em 14 Maio 2024, 12h18 - Publicado em 9 jul 2011, 00h50

A cena é comum no restaurante italiano Vito, na Vila Beatriz: muitos clientes passam os olhos pelo menu, ficam com a boca cheia d’água diante de um dos carros-chefe da cozinha, a barriga de porco assada com batata-doce, chamam o maître para tirar algumas dúvidas e, depois de muito namorar a opção, acabam se rendendo. “As pessoas morrem de medo de pedir algo um pouco mais pesado, esquecendo que gordura não é um veneno”, afirma o chef e sócio André Mifano. O estômago saciado pelo banquete costuma compensar o peso na consciência de carregar de volta para casa as 2.074 calorias do prato.

A patrulha dos vigilantes do peso não tem vez também na lanchonete Joe & Leo’s, no Shopping Villa- Lobos. Os proprietários até tentaram amenizar o cardápio nos últimos tempos, introduzindo opções como hambúrguer de arroz integral. Mas a preferência dos frequentadores, invariavelmente, recai em sanduíches com bem mais sustância, digamos assim, caso do caprichado joe di maggio, uma suculenta bomba de picanha e calabresa. Nessa linha gastronomicamente incorreta, porém, poucas coisas superam uma das entradas oferecidas pelo 210 Diner, em Higienópolis, a casa de Benny Novak especializada em culinária americana: porção de bacon defumado, acompanhada de vinagrete de salsa. “A receita sempre foi um sucesso por aqui”, afirma o cozinheiro. “Qualquer coisa em demasia faz mal, mas um bacon de entrada deixa qualquer um feliz.”

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Essas iguarias são bons exemplos de como os cardápios de muitas casas ainda possuem itens capazes de resistir aos tempos light. Na opinião de muitos especialistas renomados na área de saúde, assim como há excessos que comprometem a qualidade de vida das pessoas, existe hoje uma demonização exagerada de algumas comidas, como se fosse proibido dar uma garfada num prato mais gorduroso. “Com uma dieta equilibrada, é possível comer de tudo um pouco”, diz o endocrinologista Maurício Hirata, do Hospital Albert Einstein.

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A atração que os itens calóricos exercem sobre o nosso paladar tem explicação científica. “A gordura fixa o sabor dos alimentos e os doces liberam serotonina, causando uma sensação forte de conforto cerebral”, afirma o médico. Por isso, é tão difícil resistir a delícias como a fondue de sorvete da Häagen-Dazs, outro crime gastronômico que compensa as calorias ingeridas em demasia. Cada porção serve até quatro pessoas. São dezesseis bolas de quatro sabores para mergulhar em calda de chocolate quente.

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A estação do ano mais atraente para tais pecados é esta mesmo: o inverno. O tempo frio e o excesso de roupas são boas desculpas para exagerar na garfada. “Quando o verão começa a se aproximar, o número de associados aumenta até 30%”, revela Sônia Almeida, nutricionista do Vigilantes do Peso. Para não deixar que as sócias esqueçam que o brigadeiro de hoje é o pneuzinho de amanhã, ela recomenda: “Experimentar o biquíni do verão toda semana, faça chuva ou faça sol”. Outra solução é correr para a academia. Quem se atrever a almoçar a barriga de porco do Vito pode se preparar para pular corda pelas próximas duas horas e meia. Rodrigo Hayashida, personal trainer da Competition, já está acostumado. “Toda segunda-feira é dia de confissão”, diz ele. Os alunos arrependidos contam o que comeram no fim de semana e já sabem: vão ter de malhar.

 

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