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Crack ameaça 558 das 645 cidades de São Paulo

Apenas vinte cidades disseram não ter problemas com a droga, segundo levantamento

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 29 Maio 2017, 10h28 - Publicado em 29 Maio 2017, 10h24
Dos 645 municípios de São Paulo, pelo menos 558, incluindo a capital, enfrentam problemas relacionados à droga, conforme mapeamento do Observatório do Crack (Leo Martins/Veja SP)
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O crack não para de avançar por São Paulo. Dos 645 municípios do Estado, pelo menos 558, incluindo a capital, enfrentam problemas relacionados à droga, conforme mapeamento do Observatório do Crack, da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Em 193 cidades do interior, o nível desses problemas é muito alto, segundo o ranking, atualizado em tempo real com informações de prefeituras. Em outras 259, o alerta é médio; e, em 105, baixo.

Apenas vinte cidades disseram não ter problemas com o crack. Outras 67 não responderam oficialmente o levantamento (mais informações abaixo). De 608 municípios paulistas ouvidos este mês (incluindo dados parciais), 92% afirmaram enfrentar problemas com a circulação de drogas, enquanto 95% confirmaram problemas com o consumo delas. As prefeituras informaram ainda que as principais áreas afetadas são Saúde (67,1%), Assistência Social (57,5%) e Segurança (49,1%).

O Observatório do Crack inclui grandes cidades do interior na “lista vermelha” da droga, entre elas Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru e Marília. O avanço das drogas pelo interior mostrado pelo Estado em reportagem especial em 2014, não teve melhora com o passar do tempo, segundo Ernesto Stranz, consultor da CNM. E a droga continua avançando em municípios menores e rurais, como Campos Novos Paulista, Planalto e Colômbia, com menos de 7 000 moradores.

Segundo ele, o fato de a maioria dos municípios responder espontaneamente ao questionário indica a gravidade do problema. “São prefeituras que têm a coragem de se expor porque é algo que afeta muito a população. É como um grito de socorro”, disse. Apesar disso, praticamente nada mudou na política de governo. “Não houve investimento e o recurso que estava previsto em alguns programas sofreu contingenciamento.”

Procurada, a Secretaria da Saúde do Estado informou ter ampliado em seis vezes o número de vagas para dependentes químicos, de 500 em 2011 para 3 300 atualmente, em serviços próprios ou conveniados. Desse total, 2 000 vagas, ou 60%, estão no interior (integralmente custeadas pelo Estado). O encaminhamento é feito pelos municípios. A pasta destacou que a internação só é indicada para casos graves. O Estado ainda mantém o Serviço de Atenção e Referência em Álcool e Drogas (Sarad) em Botucatu, onde foram realizados 13 000 atendimentos desde 2014. Das cerca de 2 000 internações na unidade, 77% aconteceram de forma voluntária, 13% involuntária e 10% compulsória.

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O Observatório trabalha agora em uma nova metodologia para estimar a população envolvida com o crack no Estado, já que não há dados precisos. A Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad) estima o usuário regular em 0,5% da população – o equivalente a cerca de 164 000 pessoas no Estado, desconsiderando a capital.

 

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