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Viciada em crack planejou destino de gato antes de se internar

Letícia vive na Cracolândia há 4 anos

Por João Batista Jr. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2017, 19h14 - Publicado em 27 Maio 2017, 18h52

O programa Redenção internou neste sábado (27) nove viciados em crack, todos de forma voluntária. A última ambulância a deixar a tenda instalada nas esquinas da Rua Helvétia com a Creveland partiu às 17h30. O carro levava Letícia F., de 33 anos, para o Hospital Santa Marcelina, na Zona Leste. Esta será a 9a internação dela. “Cuida bem do meu gatinho”, pediu de dentro do carro já deitada na maca.

Sua mãe, Roseli F., e seu padrasto vieram de São José do Rio Preto para acompanhar a internação. Letícia mora há quatro anos na região conhecida como Cracolândia. Ela integrava o program Braços Abertos, ganhava uma mensalidade da prefeitura e, em tese, deveria morar em um hotel na região do Parque Dom Pedro. Sua rotina, no entanto, era dentro do fluxo. Acordava, se drogava e dormia em função do crack. Chegava a cobrar 10 reais para fazer um programa. O dinheiro era destinado a manter seu vício.

O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, quer terceirizar a abordagem compulsória a dependentes químicos na região da Cracolância. Além disso, a Prefeitura vai criar um comitê de psiquiatras para estabelecer um protocolo que vai definir os critérios da internação compulsória. Ontem, a Justiça autorizou a gestão do prefeito João Doria a retirar usuários de drogas à força da Cracolândia para submetê-los à avaliação médica pelas equipes da Prefeitura.

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+ Nova cracolândia já tem o dobro de usuários

Depoimento de Roseli, a mãe de Letícia:

“Ontem eu liguei para os assistentes sociais para saber da minha filha, fiquei preocupada ao ver o noticiário sobre as mudanças ocorridas aqui na região. Fiquei então sabendo ela estava no dentro da Praça Princesa Isabel, para onde se mudaram os usuários que ficavam dentro do fluxo. Depois, mais tarde, me ligaram contando que ela tinha interesse em ser internada. Fiquei feliz. Ela impôs uma condição. Minha filha agora andava com um gato chamado Brisa. Estão juntos tem uns dois meses, segundo me contou. Ela queria dar um paradeiro para o animal, assim poderia seguir em paz para uma clínica. Concordamos, claro.

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Cheguei hoje por volta do meio-dia aqui na Luz. Fiquei surpresa em ver as ruas policiadas e vazias, sem os usuários. Mas daí eu fui até a Praça Princesa Isabel procurar a minha menina, me deparei com a realidade triste do vício.

Eu tenho uma neta de 7 anos, que hoje vive com a avó paterna. O ex-marido da minha filha também é viciado em droga. Meu plano é conseguir, por meio de uma autorização judicial, que ela consiga uma vaga em uma clínica no interior. A Letícia já foi internada à força e de forma voluntária, em um total de oito vezes. Agora, sinto que ela vai vencer.

O gato Brisa ficou apegado demais ao assistente social que encontrou a minha filha. Ele vai levá-lo para a sua casa. Vou voltar para Rio Preto com o coração cheio de esperança.” 

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