Marcelo teria aprendido a atirar com o pai
Garoto de 13 acusado de matar a família sabia dirigir e usar armas de fogo, diz a polícia
O delegado Itagiba Franco, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), disse nesta quinta (8) à tarde ter evidências de que Marcelo Eduardo Pesseghini, de 13 anos, sabia atirar e dirigir. Segundo ele, as informações são de um policial que trabalhava com a mãe do garoto, era amigo e vizinho da família.
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O PM afirmou em depoimento que Marcelinho, como era conhecido, tirava o carro da garagem todos os dias e foi incentivado pela mãe a dirigir. Já o pai dava aulas de tiro para o menino porque queria que ele seguisse carreira militar. O delegado afirmou ainda que o melhor amigo do garoto, o mesmo que prestou depoimento na terça (6) e revelou a vontade de Marcelinho de matar os pais, disse ainda que ele costumava repetir: “hoje é meu último dia na escola, amanhã não venho mais”.
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Mais cedo, o coronel Wagner Dimas Alves Pereira, comandante do 18º. Batalhão da Polícia Militar, onde Andréia Bovo Pesseghini trabalhava, negou à Corregedoria que a PM assassinada tenha denunciado colegas. O depoimento do coronel contradiz uma entrevista que ele deu na última quarta-feira (7) à Rádio Bandeirantes.
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Na entrevista, ele afirmou que Andréia Pesseghini denunciou colegas por um esquema de roubo a caixas eletrônicos. Segundo Pereira, ela havia colaborado voluntariamente e confirmado alguns detalhes.
Já no depoimento à Corregedoria, divulgado pelo SPTV, o coronel diz que não houve investigações. “Não existe qualquer denúncia formalizada sobre os fatos de policiais militares envolvidos com roubos a caixas eletrônicos, e tampouco a graduada fez qualquer denúncia a respeito.” Segundo Pereira, na entrevista, ele “se perdeu em suas argumentações perante o repórter”.
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De acordo com a PM, foram consultados arquivos da Corregedoria, do Centro de Inteligência e do próprio Batalhão e nada foi identificado. “Será instaurado um procedimento para apurar as declarações do coronel Wagner Dimas Alves Pereira, comandante do 18º. Batalhão, não alterando em nada o rumo das investigações.”
O delegado Itagiba Franco, responsável pela investigação, afirmou que o coronel deve prestar depoimento entre sexta e segunda-feira.
Caso
Luis Marcelo Pesseghini pertencia à Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e sua mulher, Andréia Regina Bovo Pesseghini, era cabo da PM. O casal e o filho, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, foram encontrados mortos por disparo de arma de fogo na sala de casa. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), um revólver .40 foi achado na mão esquerda do menino, sob o seu corpo.
Em uma outra casa, no mesmo terreno, a mãe de Andréia, Benedita Oliveira Bovo, e sua tia, Bernadete Oliveira da Silva, foram encontradas mortas em camas diferentes, mas no mesmo quarto. Na garagem havia uma mochila com uma faca, uma pistola 32 e outros objetos.De acordo com a SSP, uma vizinha teria estranhado o fato da casa estar aberta, com as luzes acesas e ninguém atender. Por isso, chamou a polícia.
O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os corpos dos dois policiais, do rapaz e da avó foram levados para Rio Claro, no interior de São Paulo.