Seis biografias estão em cartaz nos palcos da cidade

Entre os personagens reais retratados, há Gandhi, Nara Leão e Tim Maia

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 1 jun 2017, 18h19 - Publicado em 10 mar 2012, 00h50
Gandhi, um Líder Servidor
Gandhi, um Líder Servidor (Alexandre Schneider/)
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 ✪ Filha, Mãe, Avó e P. — Uma Entrevista, adaptação de Marcia Zanelatto para livro de Gabriela Leite

O subtítulo não engana. Sem uma boa adaptação, a montagem dirigida por Guilherme Leme sobre a vida da ex-prostituta Gabriela Leite praticamente se limita a ser uma entrevista interpretada. Jovem de classe média alta, Gabriela (representada por Alexia Dechamps) foi renegada pela família depois de uma gravidez inesperada e mergulhou na Boca do Lixo no início da década de 70. Mais tarde, tornou-se uma ativista dos direitos das prostitutas e criou a grife Daspu. Diretor de atores cuidadoso, Leme extrai um bom resultado de Alexia. Contida, ela foge dos estereótipos, mas infelizmente isso não é o suficiente para segurar o espetáculo. O ator Lauri Santos dá vida ao entrevistador.

+ Alexia Dechamps: prostituta no teatro

+ As melhores peças em cartaz

“Os Sete Gatinhos”: montagem arrojada

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✪✪✪ Gandhi, um Líder Servidor, de Miguel Filiage e Benê Catanante

Em convincente caracterização, João Signorelli revive Mahatma Gandhi (1869-1948). Numa espécie de palestra, o líder pacifista indiano aponta possíveis soluções para os conflitos mundiais e repassa sua biografia na forma de uma agradável conversa.

✪✪✪ Nara, de Márcio Araújo e Fernanda Couto

Nara - Teatro 2260
Nara – Teatro 2260 ()
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Em três décadas, a cantora Nara Leão (1942-1989) popularizou-se como musa da bossa nova, gravou samba, tropicalistas e versões de clássicos americanos. Protagonizada por Fernanda Couto, a montagem reafirma a pluralidade de sua carreira e estabelece um olhar distanciado que aproxima o público. Fernanda não imita a biografada. Convence pela delicadeza; volta e meia recorre à terceira pessoa para falar de Nara. Pinceladas lançam luz sobre sua intimidade, e a direção costura bem a narrativa a músicas como “Insensatez”, “Opinião”, “Com Açúçar, com Afeto” e “A Banda”. Com Guilherme Terra, Rodrigo Sanches e William Guedes. Direção cênica de Márcio Araújo e direção musical de Pedro Paulo Bogossian.

+ Primeiro sinal: antes de sair, confira os vídeos desses espetáculos

✪✪✪ Nise da Silveira — Senhora das Imagens, de Daniel Lobo

Nise da Silveira - teatro 2260
Nise da Silveira – teatro 2260 ()
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O legado da psiquiatra alagoana Nise da Silveira (1905-1999) é o tema do monólogo dramático, que se torna relevante por desvendar uma pouco lembrada personalidade. Protagonizada por Mariana Terra, a montagem mostra como a médica virou referência no tratamento da esquizofrenia e usou técnicas artísticas com os pacientes, em contraposição ao eletrochoque. Há participações em vídeo do poeta Ferreira Gullar e do diretor José Celso Martinez Corrêa.

Tiago Abravanel: “Estou apavorado com a estreia em São Paulo”

João Fonseca: “Acredito no jogo teatral em sua forma mais lúdica”

✪✪✪✪ Tim Maia — Vale Tudo, o Musical, de Nelson Motta

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Tim Maia — Vale Tudo, o Musical - teatro 2260
Tim Maia — Vale Tudo, o Musical – teatro 2260 ()

O impressionante desempenho de Tiago Abravanel na pele do cantor e compositor Sebastião Rodrigues Maia (1942-1998) leva muitos espectadores a embarcar na viagem de que estão diante do próprio artista. À frente de um elenco de dez atores e sete instrumentistas, o ator dá vida ao personagem dos 12 aos 55 anos, soltando o vozeirão igualmente grave e potente em 25 canções, como “Azul da Cor do Mar”, “Sossego”, “Acenda o Farol” e “Me Dê Motivo”. Entre uma faixa e outra, surgem detalhes de sua vida familiar, o despertar para a música, o encontro com outros mitos como Roberto Carlos (interpretado por Reiner Tenente) e Elis Regina (papel de Izabela Bicalho), a relação com as drogas e o estouro na década de 70.

A Vingança do Espelho: a História de Zezé Macedo, de Flávio Marinho

A Vingança do Espelho: a História de Zezé Macedo
A Vingança do Espelho: a História de Zezé Macedo ()

Uma das estrelas da chanchada brasileira, a atriz Zezé Macedo (1916-1999) participou de diversos filmes produzidos pela Atlântida na década de 50 e, na televisão, fez sucesso como a Dona Bela, da “Escolinha do Professor Raimundo”, nos anos 90. Protagonizada por Betty Gofman, a montagem repassa sua trajetória, desde a infância no interior do Rio de Janeiro, passando pelo difícil começo de carreira e a parceria com o humorista Oscarito, até a popularidade na TV.

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