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João Fonseca: “Acredito no jogo teatral em sua forma mais lúdica”

Diretor do espetáculo fala sobre o trabalho com Tiago Abravanel, a adaptação de Nelson Motta e mais

Por Adriano Conter
Atualizado em 5 dez 2016, 17h21 - Publicado em 2 mar 2012, 17h10

A partir do dia 9 de março, Tiago Abravanel interpreta Tim Maia no Teatro Procópio Ferreira em um musical com a direção de João Fonseca.

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O espetáculo é inspirado no livro “Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia”, de Nelson Motta, e cobre desde a infância até o último show do cantor e compositor. Sob a batuta de Fonseca, a peça ganhou cenário e figurino sem pompas, o que exige mais dos atores, que também interpretam diversos personagens durante a trama.

Em entrevista a VEJINHA.COM, o diretor fala mais sobre a montagem. Confira:

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VEJA SÃO PAULO – Como foi o processo de adaptação do livro de Nelson Motta para o musical?
João Fonseca –
A adaptação foi um processo contínuo que durou até a estreia. Muito antes dela começar, trabalhamos juntos, tendo ideias, propondo coisas. E Nelsinho foi sempre muito generoso.

VEJA SÃO PAULO – Dentre todas as músicas de Tim Maia, como foi escolher o repertório para o musical?
João Fonseca –
Foi muito difícil, mas uma felicidade muito grande também. Procuramos escolher as músicas mais significativas de cada fase e que ainda pudessem contar a história de Tim. Além disso, sabíamos que algumas não poderiam ficar de fora, como “É Primavera” e “Sossego”. Outras pouco conhecidas acabaram entrando também, como “Cross My Heart” e parcerias com Elis Regina e Roberto Carlos. Foi um processo de desprendimento.

VEJA SÃO PAULO – Tiago Abravanel tem sido muito elogiado. Você se lembra do dia em que ele fez o teste para participar do musical?
João Fonseca –
Quando ele entrou, já fiquei impressionado com sua imagem. Tiago disse que interpretaria duas músicas: “Eu Amo Você” e “Não Quero Dinheiro”. Logo falei que não gostava da primeira. A verdade é que à medida que fui aprofundando meus conhecimentos sobre Tim Maia, passei a gostar da música. Foi mais ignorância minha do que outra coisa. De qualquer maneira, bastaram cinco segundos dele cantando que já fiquei com lágrimas nos olhos. Era uma tarefa muito difícil o teste: pedíamos para que o candidato cantasse uma canção “mela cueca” e outra “esquenta sovaco”. Quando ele saiu, sabíamos que seria ele.

VEJA SÃO PAULO – O restante do elenco já conhecia de outros trabalhos?
João Fonseca –
Outros atores já eram parceiros, como Isabela, Pedro, Lima e Evelyn, que é um escândalo como atriz e cantora. O estilo da peça requer que cada um deles faça vários personagens de peso: Roberto Carlos, namoradas de Tim… Sabíamos que seria assim desde o começo, pelo tamanho do material.

VEJA SÃO PAULO – O cenário simples exige mais de cada um deles?
João Fonseca –
Gosto do cenário praticamente construído só com cadeiras e o elenco em cena o tempo inteiro. Em “Tim” tratamos da cenografia como um show. Como a peça começa na última apresentação da carreira de Tim, foi possível criar um ambiente não realista e brincar com essa atmosfera.

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VEJA SÃO PAULO – Esse é o estilo de teatro que aprendeu com Antônio Abujamra, na companhia Os Fodidos Privilegiados?
João Fonseca –
Sim, acredito muito no jogo teatral em sua forma mais lúdica. A plateia gosta de brincar, de acreditar que aquela cadeira é agora um sofá, ou que saímos do Rio e Tim está agora em Nova York.

VEJA SÃO PAULO – No musical, a banda ajuda muito neste jogo?
João Fonseca –
A banda é fundamental, ela pontua o cenário o tempo inteiro. E para tocar as músicas, tem que ter um suingue que não é para qualquer um.

VEJA SÃO PAULO – Durante os ensaios, o filho de Tim, Carmelo Maia, fez algumas observações sobre o espetáculo. As mudanças que ele propôs ajudaram?
João Fonseca –
Carmelo Maia se emocionou muito com os ensaios e, na autoridade de quem conheceu muito bem o Tim, pontuou algumas coisas. Foi um trabalho complementar. Outro que fez isso, por exemplo, foi o amigo de Tim, Fábio [nome artístico do cantor argentino Juan Senon Rolón]. No início, usávamos seu apelido como Juanito, quando na verdade era Juancito.

VEJA SÃO PAULO – E como Carmelo reagiu às cenas com drogas?
João Fonseca –
É muito difícil assistir à história do próprio pai. Carmelo mesmo disse: “Me dói ver”. Mas o espetáculo é muito narrativo. A relação com o livro é grande e Carmelo já havia lido o texto de Nelson Motta.

VEJA SÃO PAULO – Ainda neste ano teve duas outras peças [“R&J de Shakespeare” e “Cyrano de Bergerac”] suas em cartaz em São Paulo. Como arruma tempo para todos esses trabalhos?
João Fonseca –
Estou de folga já faz algum tempo, as peças é que têm vida longa. Mas sou, sim, um workaholic. Estou muito feliz de estar com peças em São Paulo. Sou de Santos, trabalhei dez anos com o teatro paulistano. Agora estou feliz de poder ver, do Rio, meu trabalho em São Paulo novamente.

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