Águia de Ouro é campeã do Carnaval de São Paulo
Apuração foi realizada no Sambódromo do Anhembi na tarde desta terça-feira (25)
A Águia de Ouro é a campeã do Carnaval de São Paulo em 2020, que teve vitória inédita e disputa acirrada, por décimos. É a primeira vez que a escola da Pompeia, com 269,9 pontos, ganha o título do Grupo Especial. A agremiação cantou o Poder do Saber, a evolução do conhecimento humano da Idade da Pedra aos robôs, passando pelo mau uso das tecnologias, como a bomba de Hiroshima, que foi representada em um carro alegórico com integrantes da comunidade japonesa. Também fez referências de Paulo Freire a Geraldo Vandré. O carnavalesco Sydnei França estreou na Águia de Ouro depois de 11 carnavais na Mocidade Alegre, que acabou em terceiro lugar, com 269,7 pontos. Em segundo, ficou a Mancha Verde, com 269,8.
Duas escolas, a X-9 Paulistana (268,4 pontos) e a Pérola Negra (267,6 ), foram rebaixadas para o Grupo de Acesso no desfile de 2021.
Antes do início da abertura dos envelopes com as notas, a Liga das Escolas de Samba de São Paulo explicou que a X-9 Paulistana já começaria a apuração com o desconto de cinco décimos por ter estourado o limite de alegorias permitidas na avenida. A escola desfilava com um carro acoplado, que se desencaixou e configurou duas unidades diferentes de alegoria. Perdeu três décimos pela quebra do regulamento e mais dois décimos pelo carro extra.
Outra decisão, tomada em conjunto com todos os presidentes de agremiação, também foi relembrada. Os jurados foram avisados com antecedência que a Pérola Negra, que homenageou os ciganos, não poderia perder pontos por fantasias danificadas pelo temporal que atingiu São Paulo em 10 de fevereiro e inundou o barracão onde era confeccionadas, embaixo do Viaduto Mofarrej, na Vila Leopoldina, local que ficou alagado. Cerca de 40% das fantasias foram perdidas dez dias antes do desfile do Grupo Especial, para o qual a escola voltou em 2020.
Também foi avisado sobre o descarte da nota de um dos jurados de alegoria. Marco Antônio Nieves Cardoso, de acordo com a Liga, teve “comportamento inadequado” na cabine dos julgadores. Em vídeo que circula nas redes sociais, o avaliador, que é professor universitário, aparece dançando durante o desfile, o que não é permitido. Cada um dos quesitos é avaliado por quatro jurados, e a menor pontuação recebida, segundo o regulamento, não é contabilizada. No caso de alegoria, as três notas dadas pelos outros avaliadores foram consideradas, e as de Marco Antônio, anuladas.
Os nove quesitos considerados são fantasia, comissão de frente, samba-enredo, harmonia, evolução, mestre-sala e porta-bandeira, enredo, alegoria e bateria, e essa foi a ordem em que foram lidos na apuração. Por sorteio, ficou definido que bateria seria o critério de desempate para chegar à escola campeã do Carnaval 2020.
Ao todo, 14 escolas disputaram o título de campeã: Barroca Zona Sul, Tom Maior, Dragões da Real, Mancha Verde, Acadêmicos do Tatuapé, Império de Casa Verde, X-9 Paulistana, Pérola Negra, Colorado do Brás, Gaviões da Fiel, Mocidade Alegre, Águia de Ouro, Unidos de Vila Maria e Rosas de Ouro.
Neste ano, os desfiles das campeãs será no sábado (29), e os ingressos já estão à venda. Anteriormente, era realizado na sexta-feira.
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