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“Peça do Casamento”: Edward Albee e os ridículos códigos de intimidade

O diretor Guilherme Weber comanda Eliane Giardini e Antonio Gonzales na comédia dramática sobre a crise em uma relação de três décadas

Por Dirceu Alves Jr.
13 fev 2019, 12h57

O dramaturgo americano Edward Albee (1928-2016) sabia como poucos pôr o dedo na ferida quando o assunto é a longevidade dos relacionamentos. Quem Tem Medo de Virginia Woolf? e A Cabra ou Quem É Sylvia? são duas de suas peças que tratam de casos conjugais em deterioração no limite tragicômico.

A comédia dramática Peça do Casamento, escrita em 1987, é mais um ótimo exemplo dessa sua habilidade não só de abordar o tema como também de montar uma dramaturgia desafiadora para atores e público.

+ Cássia Kis no solo “Meu Quintal É Maior do que o Mundo”.

Antonio Gonzales e Eliane Giardini interpretam um homem e uma mulher juntos há três décadas e unidos por um sentimento não muito fácil de ser traduzido por eles mesmos. Um dia, o marido anuncia que vai deixá-la. A mulher, apanhada de surpresa, responde ao rompante do parceiro com a revelação de que está escrevendo um livro sobre a vida sexual deles, desde a lua de mel até os momentos atuais.

Está exposto um painel corrosivo sobre um relacionamento em que as mágoas e frustrações se sobrepõem com facilidade ao carinho e ao respeito. O cenário de espelhos, idealizado por Daniela Thomas e Camila Schmidt, reflete o embate íntimo e entrosado. A sala da casa, ali reproduzida, também pode ser vista como o palco de um teatro, em que os personagens de Albee dissimulam outros tipos na intenção de enganar, seduzir ou maltratar o próprio cônjuge.

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+ Leia sobre “Outros”, do Grupo Galpão.

Eliane brilha absoluta ao saltar da perplexidade para a tristeza, abraçar o deboche e, em seguida, reforçar o inconformismo. Muito à vontade e segura, a atriz amplia o espaço de Gonzales, ator bem menos conhecido, que imprime surpreendente personalidade ao marido.

O diretor Guilherme Weber não temeu expô-los ao ridículo, e essa entrega da dupla se mostra o diferencial da encenação, que escancara códigos de intimidade que podem parecer tolos para alguns, mas bastante comuns a muitos casais (60min). 16 anos. Estreou em 8/2/2019.

+ Teatro do Sesc Santana. Avenida Luiz Dumont Villares, 579, Santana. Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 40,00. Até 17 de março.

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