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Laila Garin e alguns pensamentos sobre “Gota d’Água [A Seco]”: “É para tocar o estômago”

O grande público conheceu Laila Garin através de uma unanimidade: o seu desempenho como a protagonista de “Elis, A Musical”. No novo trabalho, a atriz e cantora baiana de 38 anos resolveu desafiar vários outros mitos, o musical “Gota d’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, inspirado na grega Medeia e consagrado por Bibi Ferreira na […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 25 fev 2017, 21h47 - Publicado em 5 out 2016, 14h44
Laila Garin em "Gota d'Água [A Seco]": musical em cartaz no Teatro Faap (Fotos: Claudia)

Laila Garin em “Gota d’Água [A Seco]”: musical no Teatro Faap (Foto: Silvana Marques)

O grande público conheceu Laila Garin através de uma unanimidade: o seu desempenho como a protagonista de “Elis, A Musical”. No novo trabalho, a atriz e cantora baiana de 38 anos resolveu desafiar vários outros mitos, o musical “Gota d’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, inspirado na grega Medeia e consagrado por Bibi Ferreira na década de 70. Sob a direção de Rafael Gomes, Laila arrasa mais uma vez e coloca aqui algumas ideias em relação ao espetáculo “Gota d’Água [A Seco]”, que pode ser visto no Teatro Faap até o dia 30.

Por que Gota d’Água?

“O meu engajamento com ‘Gota d’Água’ é como artista, como pensadora do teatro. Depois de interpretar Elis Regina, eu não queria apenas um ótimo personagem para arrasar no palco. ‘Elis, A Musical’ me deu um reconhecimento que me possibilitou fazer o tipo de teatro que eu acredito, com uma forte proposta estética e também com um pensamento de cidadania. O projeto inicialmente era para ser feito com o João Falcão, que ficou impedido por outros compromissos. Aliás, foi ele mesmo quem sugeriu o nome do Rafael. Nós precisávamos de um diretor que também fizesse uma adaptação da história original. Então, fui para São Paulo ver ‘Um Bonde Chamado Desejo’ e fiquei impressionada. Nada era tão realista, e o meu caminho é justamente esse. Vou contra o realismo na hora de criar uma personagem. Durante o processo, eu e o Rafael discordamos de muitas coisas, mas tivemos sempre uma opinião comum. Nós dois acreditamos na beleza como algo que pode salvar o mundo, como algo transformador.”

A adaptação

“A ideia inicial realmente seria montar um monólogo, mas depois vimos que, dessa forma, o espetáculo perderia força. Ficaria parecendo um recital. Eu daria o texto de Joana e, na sequencia, cantaria para depois falar mais e cantar mais. O Jasão potencializa o conflito dramático, dá mais força para a verdade teatral e ficou muito bom dessa forma. Também tivemos um cuidado muito grande na hora de inserir outras canções. Não poderia ser apenas mais uma linda canção do Chico. Até porque seria impossível fazer essa seleção já que todas as canções do Chico são lindas. Elas precisariam reforçar a dramaturgia e, assim, fomos escolhendo ‘Cálice’ e ‘Mulheres de Atenas’, por exemplo.”

Diálogo com o público

“Eu falo sobre esse caminho que passa longe do realismo, mas contraditoriamente a nossa peça é teatro puro. Não existem duas crianças em cena e todo mundo fala que enxerga os dois filhos de Joana no palco. É muito bom a gente ter a certeza de que pode fazer um teatro que agrada ao público sem abrir mão das nossas convicções. Cumprimos uma ótima temporada de dois meses na zona sul do Rio de Janeiro, no Theatro Net, depois fizemos uma apresentação inesquecível em Madureira em um pequeno teatro de 200 lugares. Na semana seguinte, por exemplo, já fomos para Porto Alegre e demos de cara com uma plateia de 1300 pessoas em um teatrão. Não me interessa nada refinado ou rebuscado. “Gota d’Água” é para tocar o estômago. Quero que todo mundo entenda a história que estamos contando. Nós tínhamos que fazer jus a esse texto. Ele pode ser rimado, mas é coloquial, direto.”

A sombra de Bibi Ferreira

“Bem, Elis… Claro que eu conhecia, mas ela estava diluída entre as várias referências de cantoras que fizeram parte da minha formação. A Bibi Ferreira foi justamente o contrário. Foi por causa da Bibi que descobri esse texto e também veio dela a minha paixão pelo teatro musical. Eu passei a minha adolescência inteira vendo vídeos dela interpretando a Joana. No dia do primeiro ensaio, eu parei e nunca mais vi nada. A grande sabedoria do Rafael foi me convencer a deixar todas as referências que tinha da Bibi de lado e criar essa personagem no meu tamanho, para a minha verdade. Claro que por admirá-la demais, eu fiquei com muito medo. Em alguns momentos, eu não resisto e realmente estou lá no palco para homenageá-la, como na cena em que canto ‘Basta um Dia’. Mas você acredita que ela não viu até hoje nosso espetáculo porque não teve agenda? É impressionante como aquela mulher de 94 anos não para um minuto. Se ela não está em cartaz no Rio ou em São Paulo, está viajando para se apresentar em Nova York, mas acredito que em breve a gente vai conseguir se encontrar.”

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