Gota d’Água [A Seco]
- Direção: Rafael Gomes
- Duração: 100 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Por mais de trinta anos, as atrizes fingiram esquecer da personagem Joana, provavelmente em respeito ao desempenho de Bibi Ferreira. O musical Gota d’Água, escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes em 1975, só voltou à cena na segunda metade da década passada, com Georgette Fadel e Izabella Bicalho em peças distintas. Adaptada e dirigida por Rafael Gomes sob o título de Gota d’Água [A Seco], a atual versão mostra que a trama — inspirada no mito de Medeia — resiste ao tempo. Além disso, a presença da atriz e cantora Laila Garin reafirma o impacto da tragédia, equilibrando a vingança amorosa e os contornos sociais. Com dois filhos, Joana foi abandonada pelo marido mais moço, o sambista Jasão (representado por Alejandro Claveaux, convincente ator e regular cantor), que vai se casar com a filha do empresário Creonte. Reduzida aos dois personagens principais, a encenação traz na trilha, além de Basta um Dia, Bem-Querer e o tema-título, canções que não integraram o original, como Cálice, Pedaço de Mim e Mulheres de Atenas. Na pele de Joana, Laila caminha entre a amargura e a opressão e dá um show nas canções executadas por cinco instrumentistas sob a direção musical de Pedro Luís. Estreou em 9/9/2006.