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O projeto de revitalização do Largo do Arouche

O pedaço no centro recebe novas atrações e será repaginado em projeto patrocinado por empresas francesas

Por Patricia Figueiredo e Julia Flamingo
13 jul 2017, 18h28

Com atmosfera parisiense, o Largo do Arouche é um charme só, em especial por seu cinematográfico mercado de flores em frente ao La Casserole, um dos bistrôs mais tradicionais da cidade. Problemas com iluminação, manutenção e segurança, porém, abrem um abismo entre esse pedaço do centro e qualquer praça europeia. A boa notícia é que o lugar e as ruas no entorno ganharam a atenção da prefeitura, que anunciou uma reforma total por lá.

Para promover essa mudança, o tucano João Doria solicitou apoio ao Consulado da França a fim de captar recursos destinados à revitalização de empresas daquele país estabelecidas na capital.

Responsável pelo projeto de remodelação, o escritório de arquitetura franco-brasileiro Triptyque propõe que a calçada seja trocada por um revestimento permeável, assim como as marquises sobre as bancas de flores, com sistema para captação e reaproveitamento de água. Painéis solares gerarão a energia elétrica, e a iluminação terá lâmpadas de LED, bem mais econômicas.

Coletivo de escritórios de arte: mesas de trabalho com visão privilegiada (Reinaldo Canato/Veja SP)

Devem ser instalados ainda quiosques com design contemporâneo. Esses espaços vão abrigar alguns negócios, entre eles uma cafeteria e uma banca de jornal, além do posto da Polícia Militar. Também se prevê a instalação de bancos, mesas estilizadas e um playground. Reconhecido como um dos points da comunidade LGBT, o local deve ganhar um centro de atendimento social, psicológico e jurídico para esse público. “É muito importante manter a identidade social que já existe por lá”, diz o arquiteto francês Greg Bousquet, de 44 anos, um dos responsáveis pela mudança, cujo início está previsto para a metade do segundo semestre.

Como o projeto se encontra na fase de captação de recursos, não foram reveladas as empresas financiadoras. O custo deve ultrapassar 6 milhões de reais. Se tudo correr bem, parte das obras poderá estar concluída até meados de 2018.

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Há gente desconfortável com a alteração da paisagem. À frente do Coletivo Arouchianos, formado por moradores e frequentadores da região, Helcio Beuclair teme que o projeto venha a descaracterizar o Arouche, e defende uma reforma mais participativa. “O escritório de arquitetura e o consulado devem ouvir as opiniões de quem mora por aqui”, reivindica.

Greg Bousquet afirma que cerca de 200 pessoas já foram consultadas. “O ideal seria ouvir pelo menos 1 000”, admite o profissional. Ele promete tentar agendar novas reuniões públicas para eventuais adequações do projeto.

Quem circula pelo Arouche já notou que muitas transformações estão em curso há pouco mais de um ano, com o aumento da quantidade de casas descoladas naquele pedaço. O minúsculo Barouche, no número 103, atrai hipsters que disputam as mesas na calçada e sorvem bons drinques desde a inauguração, em janeiro de 2016.

O Barouche, o bar descolado da região (Reinaldo Canato/Veja SP)

No vizinho Preto Café, o cliente é quem decide quanto vai pagar por bebidas e quitutes. Soma-se às novidades a lanchonete Vovô Ali, onde se saboreia um caprichado shawarma (14 reais) preparado por três imigrantes libaneses, na Avenida Vieira de Carvalho, 203.

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É no número 179 dessa mesma rua que fica o mais recente restaurante da região, o portenho El Gringo, que ainda patina no serviço e em sugestões como a empanada de carne (9 reais). Com inauguração prevista para março de 2018, no térreo de um edifício residencial ainda em construção, um café com a grife La Casserole engrossará a lista de opções gastronômicas.

O sopro de frescor também se deve à mudança de escritórios de arte, arquitetura e design para lá. No número 161 funciona um co-working no qual trabalham cerca de 25 pessoas. Comandada pelo arquiteto Alvaro Razuk, que adquiriu metade do imóvel em 2012, a sobreloja de vista privilegiada para a praça passou a ser compartilhada com outros empreendimentos artísticos no último ano e meio.

Razuk divide a sala com a N+1 Produções, voltada para a montagem de mostras, a revista de arquitetura Contravento, a fundação suíça Pro Helvetia e o negócio de criações digitais 32Bits. Também estão por lá estreantes do mercado editorial: a Ubu Editora, selo criado por duas ex-diretoras da finada Cosac Naify, e a ótima revista de literatura Quatro Cinco Um, editada por Paulo Werneck e Fernanda Diamant. “É uma reunião com uma turma que rende ainda ótimas parcerias de trabalho”, diz Razuk.

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