Primeiro paciente morto por falta de vaga em UTI na capital tinha 22 anos

Renan Ribeiro Cardoso faleceu às 17h19 de sábado (13); leito especializado foi disponibilizado às 17h38 do mesmo dia, diz relatório médico

Por Redação VEJA São Paulo SEGUIR SEGUINDO
18 mar 2021, 11h56

O prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (18) que a capital registrou a primeira morte de um paciente com Covid-19 à espera de leito de UTI. A vítima é Renan Ribeiro Cardoso, de apenas 22 anos, que morreu no sábado (13).

O jovem deu entrada no Pronto Atendimento São Mateus, na Zona Leste da capital, em estado grave no dia 11 de março. Ele recebeu atendimento médico e aguardava uma vaga especializada através do Sistema Cross, que regula vagas do SUS em São Paulo. O leito foi disponibilizado às 17h38 do dia 13, mas Renan morreu às 17h19 do mesmo dia, mostra o relatório médico.

A mãe de Renan, Maria de Jesus Ribeiro Andrade, disse que falou com o filho através de videochamada após a confirmação do diagnóstico. “Não deu tempo por falta de socorro. Por falta de oxigênio, o meu filho não está aqui”, falou em entrevista à Rede Globo.

De acordo com o documento, o jovem sofreu uma piora no quadro respiratório, chegou a ser intubado enquanto aguardava a vaga via Cross, mas teve parada cardiorrespiratória. “Gente, não deixem mais nenhuma mãe, nenhum pai sofrer o que eu estou sofrendo pela perda do meu filho”, disse Maria de Jesus.

Continua após a publicidade

Nesta quinta (18), Bruno Covas falou sobre a situação da cidade em relação à Covid-19. “A gente vê, infelizmente, colapsando o sistema de saúde”, disse. De acordo com ele, a capital registra 88% de ocupação de leitos de UTI e a prefeitura deve anunciar medidas para conter a propagação do vírus. Entre elas, a antecipação de feriados.