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Aumenta procura por intervenções estéticas onde a máscara não esconde

Cirurgias e procedimentos para melhorar região de olhos e testa estão em alta, com área mais evidente nas reuniões virtuais; conheça os mais indicados

Por Fernanda Campos Almeida
11 set 2020, 06h00

Assim que as agendas dos médicos foram reabertas em junho para marcações de cirurgias não emergenciais, suspensas desde março na capital paulista por causa da pandemia, houve um boom na procura por procedimentos estéticos no rosto, relatam os profissionais. “Nos consultórios, primeiro surgiram problemas com a maskne (acne causada pelo uso constante da máscara). Depois, em razão das reuniões por chamada de vídeo, os pacientes começaram a procurar uma melhora no aspecto tired all the time (rosto com aparência de cansaço o tempo todo), olheiras, flacidez, marcas de expressão e rugas horizontais na testa, entre as sobrancelhas e nos cantos dos olhos”, afirma a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e especialista pela Harvard Medical School. Ela explica que a face é dividida em terços e que o uso de proteções faciais, como as máscaras contra o coronavírus, evidencia a área chamada de terço superior, ou seja, testa, sobrancelhas e olhos.

Hábito comum dos orientais, a dermatologista Claudia Marçal aconselha o uso diário de cremes e protetor solar para prevenir rugas e manchas (Matheus Campos/Veja SP)

Quem está descontente com a aparência da região encontra muitas opções de tratamento no mercado. Para preencher olheiras profundas, o recomendado é a injeção de ácido hialurônico, usado também na harmonização facial, técnica que corrige ângulos do rosto, deixando-o mais simétrico. Para olheiras roxas ou marrons, a saída é o uso de lasers que “mascaram” a cor.

A toxina botulínica, o famoso Botox, é eficaz para o desaparecimento de linhas de expressão porque paralisa a musculatura. Esses procedimentos não necessitam de tempo de recuperação, apesar de a região que recebe as injeções ficar levemente inchada por algumas horas. A única contraindicação são atividades de impacto no mesmo dia da aplicação, para que a toxina não se desloque na musculatura.

(Veja SP/Veja SP)

Quem não é muito fã das agulhadas e tem problema com flacidez na pele pode optar pelo tratamento com ultrassom microfocado, usado na região da testa, no arco da sobrancelha, nas pálpebras e em bolsas de gordura abaixo dos olhos. A tecnologia utiliza o calor para produzir pequenos pontos de coagulação nas camadas profundas da derme, provocando uma contração muscular que causa o efeito de lifting facial imediato. É a melhor alternativa não cirúrgica à blefaroplastia, a cirurgia para queda de pálpebra superior dos olhos ou do final da sobrancelha que retira o excesso de pele. Geralmente, três sessões são necessárias para rejuvenescer o olhar. A cabeleireira Rosana S., 41, que prefere não se identificar, começou a se incomodar com os chamados “pés de galinha”, na região dos olhos, já que com o uso da máscara a área ficou mais evidente. Para não parar com os atendimentos de suas clientes, ela desembolsou 6.600 reais nas aplicações de Botox nas rugas e no uso de ultrassom microfocado nas pálpebras.

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Claudia afirma que a escolha do tratamento é individual, levando-se em conta cada caso, não primordialmente a idade. “Procedimento não tem idade, mas necessidade. Quanto mais cedo cuidarmos da pele, menos intervenções faremos no futuro.” Em seu consultório, a dermatologista também percebeu uma tendência entre o público de 25 a 30 anos de procurar pequenos procedimento estéticos.

Doutora Cládia Marçal: “Procedimento não tem idade, mas necessidade. Quanto mais cedo cuidarmos da pele, menos intervenções faremos no futuro.” (Thinkstock/Getty Images)

O cirurgião plástico Mário Farinazzo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e chefe do setor de rinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que mais pacientes têm procurado por ele para fazer rinoplastia (cirurgia no nariz para melhorar a estética ou a respiração). Segundo o médico, essas pessoas aproveitaram a pausa que a quarentena trouxe para alterar o que já as incomodava. “Para elas, o uso obrigatório da máscara foi a solução perfeita para esconder a recuperação da intervenção no nariz”, afirma Farinazzo. A analista de finanças Nurit Gimel, 28, sofreu dois acidentes quando criança que resultaram em um nariz quebrado e em assimetria nos olhos. Ela achava que uma intervenção não era necessária até o começo da pandemia, quando passou a trabalhar de casa e a usar mais as redes sociais. “Comecei a avaliar minhas fotos no Instagram e, em reuniões virtuais, eu via minha imagem no canto da tela e percebia que meu olho estava torto e meu nariz, fundo.” Sem previsão de voltar ao escritório, Nurit investiu na blefaroplastia e narinoplastia, ao custo de 16.000 reais.

Para o cirurgião plástico Mário Farinazzo, os pacientes aproveitaram a quarentena para ser operados sem que os amigos percebam a mudança (Divulgação/Veja SP)

Os pacientes do médico Paolo Rubez, membro titular da SBCP e cirurgião plástico do Hospital Vila Nova Star, também têm buscado por esses procedimentos. Segundo ele, as celebridades divulgam nas redes sociais tratamentos que antes as pessoas não conheciam e os pacientes, ao ver resultados de cirurgias publicados por amigos, querem fazer também. A procura é maior justamente na faixa etária predominante nas redes sociais, de 18 a 40 anos, sendo 80% mulheres. Por causa da recuperação rápida, essas intervenções cirúrgicas não interferem no home office ou no acompanhamento das aulas on-line.

Doutor Paolo Rubez afirma que o procedimento mais procurado na pandemia é a rinoplastia, por causa de técnicas mais desenvolvidas e resultado natural (Lucas Lima/Veja SP)

De acordo com Rubez, os interessados têm de fazer teste de Covid-19 quatro dias antes da operação. Ele aconselha que o paciente tenha, no mínimo, 17 anos, quando a formação do rosto já está completa. Qualquer procedimento deve ser feito por profissionais habilitados.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 16 de setembro de 2020, edição nº 2704.

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