Novas regras de academias exigem agendamento prévio e banho só em casa
Autorizados a funcionar, os espaços para exercícios físicos devem adotar protocolos de segurança
Apesar de a vida normal ainda não ser totalmente possível, o retorno das atividades nas academias da capital é comemorado entre os apaixonados pelos espaços, mesmo com a série de normas que devem ser seguidas, como a proibição de atividades em grupo e a medição obrigatória de temperatura antes de entrar no estabelecimento. “Faz bem pensarmos que as rotinas estão sendo retomadas e que vamos superar a pandemia”, diz a infectologista Marina Miranda. “Ainda que tenha restrições, para a segurança e a saúde de todo mundo, o retorno vem como um alívio de sair de casa”, completa ela, matriculada no Instituto Cau Saad, nos Jardins. Os bons e novos modos começam antes mesmo de chegar aos endereços.
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Pelo decreto do prefeito Bruno Covas que regulamenta a reabertura, os usuários devem agendar um horário para as atividades, se possível, por meio das plataformas on-line. Com um período de funcionamento reduzido a apenas seis horas diárias, vale o bom senso de não marcar muitas aulas para o mesmo dia. “Em sessenta minutos é possível fazer um treino completo e eficiente”, diz Julio Papeschi, diretor da Runner, com quatro unidades na capital paulista. É provável que até a paquera seja afetada. Os locais devem trabalhar apenas com 30% da capacidade, e nem todo mundo vai conseguir “se trombar” pelos corredores (aliás, esses precisam ser suficientemente grandes para que se mantenha a distância de 1,5 metro entre as pessoas).
No Instituto Cau Saad serão feitos apenas cinco atendimentos por hora. “Poderia ser mais, masprefiro que cada instrutor fique com um aluno e evite a aproximação”, explica Cau, que manteve o piso superior dedicado aos profissionais que estão transmitindo e gravando videoaulas.
Na Competition, que tem a reabertura programada apenas para o dia 27, reduzir os atendimentos não está entre as maiores preocupações porque o espaço físico é suficiente (pela norma, uma pessoa em 8 metros quadrados). “Na entrada de cada sala teremos indicado o número de frequentadores permitido ali, para que eles vejam que a regra está sendo cumprida”, diz Flávia Brunoro, diretora operacional da rede. A piscina é a área que está sendo mais desafiadora. Sucesso entre os alunos, deve ter seu acesso limitado. Vestiários não poderão ser utilizados.
Por lá, quem entrar em uma das academias receberá também o próprio kit de higienização, para antes e depois do uso dos equipamentos. “Teremos o material disponível e espalhado pela unidade, mas pensamos ser confortável para o aluno carregar com ele”, afirma Flávia.
O diretor técnico da Bodytech, Eduardo Netto, percebeu esse comportamento entre os usuários dos endereços que já foram reabertos em outras cidades. “Os alunos estão mais cuidadosos. A limpeza é iniciativa dos próprios clientes”, conta. “Espalhamos os produtos pelo espaço, e eles ficam andando com o material sem se dar conta.” Netto lembra ainda que dentro dos protocolos está vetada a participação da turma acima dos 60 anos, um dos grupos de risco, nas atividades.
Aluna da rede há dez anos, Rosa Maria Racy, de 61 anos e adepta de modalidades de dança, está na expectativa da volta. “Recebi um monte de mensagens de amigos querendo que eu volte, mas avisaram que eu não posso”, lamenta ela, que teve Covid-19 em março. Enquanto isso, faz caminhadas e pratica spinning em casa mesmo. “Mantenho as conversas pelo WhatsApp.”
MANUAL DA CONVIVÊNCIA
> Não apareça de surpresa. Agende seu horário.
> Mantenha distância de 1,5 metro (e de 2 metros durante os exercícios).
> Máscaras e garrafinhas de água são tão importantes quanto celular e carteira. Os bebedouros estarão interditados.
> Banho só em casa.
> Higienize sempre os equipamentos, tanto para você quanto para o próximo usuário.
> Se estiver com algum sintoma, pule a academia.
O GUIA DAS MÁSCARAS
Fontes: cardiologistas Diego Gaia (Hospital Santa Catarina) e Alexandre Galvão (Hospital Samaritano Higienópolis); pneumologista Alexandre Kawassaki (Hospital 9 de Julho)
Campeã
A máscara civil tradicional, com três camadas de tecido, ainda é a melhor opção. Ela não é tão respirável e pode causar algum desconforto inicial, mas é a mais segura. Para práticas com mais movimentos, como a dança, as que ficam presas na parte de trás da cabeça são mais difíceis de cair do rosto. As mais respiráveis são as feitas de tecido 100% sintético, recomendadas apenas para o ar livre.
Troca-troca
Molhou, trocou. O tempo varia com a intensidade da prática esportiva e o volume da transpiração. Para exercícios aeróbicos, o intervalo ideal é de trinta minutos.
E se eu tiver falta de ar?
A máscara nunca deve ser retirada em ambientes públicos. A recomendação é diminuir a intensidade da atividade gradativamente e, caso não melhore, procurar ajuda médica.
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