Afinal, qual máscara é mais eficaz contra a Covid-19?
Especialista fala sobre as diferenças entre os equipamentos e o nível de proteção de cada um deles
Depois de mais de um ano do dia 12 de março, data em que ocorreu a primeira morte por Covid-19 no Brasil, ainda surgem dúvidas sobre qual máscara é a mais confiável para ser usada no dia a dia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o uso das máscaras faciais são obrigatórios para a proteção, porém, com a alta variedade de estilos, isso pode confundir as pessoas que querem se manter protegidas.
Com cerca de 40 publicações, o Instagram @qualmascara já tem mais de 110 mil seguidores. O perfil é administrado por Beatriz Klimeck, antropóloga e doutoranda em Saúde Coletiva na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Ralph Holzmann, mestrando em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). A página ajuda a conscientizar as pessoas com informações atualizadas e baseadas em estudos científicos, fugindo das fake news. As publicações contam com uma linguagem clara e concisa, sendo de fácil acesso para todos.
“O objetivo do perfil é a pessoa ter acesso pelo link da biografia para baixar as imagens e distribuir onde ela quiser”, afirma Klimeck.
A máscara facial denominada M85, ou máscara transparente, já foi usada por alguns famosos, mas nada indica que ela seja eficiente. Feita com material policarbonato, é conhecida por não atrapalhar demais a respiração e ainda pela questão estética, porém, ela não é indicada por especialistas.
Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), afirma que elas não são adequadas por causa da falta de boa vedação, permitindo a entrada e saída de ar com mais rapidez e sem filtragem. Klimeck diz que o material cumpre apenas uma barreira física. “A M85 tem uma propaganda enganosa de que ela é 85% fechada e 15% aberta, mas o seu material cumpre apenas a função de barreira física, não protegendo o suficiente.”
As máscaras cirúrgicas, pela boa filtragem, continuam sendo recomendadas para o uso em um curto espaço de tempo. A infectologista explica que elas não podem ser reutilizadas e devem ser descartadas em lixo orgânico. “As máscaras cirúrgicas podem ser usadas, mas lembrando que são descartáveis e devem ser trocadas a cada quatro horas ou sempre quando estiverem úmidas”, afirma Stucchi.
O cuidado válido para todas as máscaras é a atenção redobrada na hora de retirá-las sem encostar em sua parte externa, apenas nos elásticos que ficam atrás da orelha ou cabeça.
Para as máscaras de tecido é necessário que tenham bons filtrantes, boa vedação e no mínimo três camadas, como é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Caso você use a mesma máscara desde o início da pandemia, talvez seja hora de trocar por outra.
O indicado é que elas sejam lavadas diariamente e não sejam compartilhadas com outras pessoas. O seu uso é aconselhado para passeios com o cachorro e exercícios ao ar livre com distanciamento social. “As máscaras de tecido podem e devem ser usadas, desde que cubram todo o nariz até embaixo do queixo e a lateral da bochecha.”, afirma Stucchi.
A PFF2, também conhecida como N95, vem sendo bastante comentada no último mês, isso porque essas máscaras faciais seguem níveis altos de proteção e são as mais seguras do mercado. Se usada corretamente, é a que tem maior vedação, fazendo com que o ar inspirado e expirado seja filtrado.
Essas máscaras, assim como a descartável, não devem ser higienizadas com água e sabão ou álcool. “Para as pessoas que fazem uso da máscara todo dia em ambiente fechado, é importante que você não reutilize ela após o uso, é importante que deixe no mínimo 3 dias de descanso entre um uso e outro”, afirma Holzmann.
Klimeck diz que a máscara é a mais indicada para a proteção, “No transporte público, ônibus, metrô e trem fechados, que são ambientes de alto risco com pouca ventilação, a PFF2 é a melhor opção.”
A atenção na hora de comprar as máscaras é o cuidado em ver se elas são originais. Elas devem ser encontradas com o selo do Inmetro, número do CA (certificado de aprovação) e menção à proteção contra poeiras, névoas e fumos na embalagem. Na maioria dos casos o elástico deve ser atrás da cabeça e não nas orelhas e, por fim, não deve conter nenhum artifício decorativo, como por exemplo lantejoulas.
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