Lojas colaborativas se multiplicam na cidade
Ideia é oferecer um espaço interessante a quem não tem capital para investir num ponto de venda próprio
Há três anos, na região do Baixo Augusta, o publicitário Rafael Pato abriu as portas da Endossa, a primeira das chamadas lojas colaborativas da capital. A ideia era oferecer um espaço interessante a quem não tinha ainda capital para investir num ponto de venda próprio. Abarrotadas de prateleiras de diversos tamanhos, as paredes do local de 120 metros quadrados acolhiam os trabalhos de 160 expositores, em sua maioria novos estilistas e fabricantes de acessórios.
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No início deste mês, o negócio mudou-se para um imóvel maior na mesma rua, com capacidade para abrigar 190 comerciantes. Cada um deles paga uma taxa mensal de aluguel entre 160 e 800 reais. “Na primeira semana de funcionamento, já estávamos com a capacidade lotada”, afirma Pato. Outra medida do sucesso da empreitada é a lista de espera, com 500 pessoas aguardando uma vaga, segundo cálculos do proprietário. Para garantirem o boxe, os inquilinos precisam atingir metas de lucro preestabelecidas. “Quem não vende perde o espaço para outro colaborador, e assim conseguimos que a oferta de produtos seja sempre variada”, explica ele.
Existem outros quatro endereços operando nos mesmos moldes na cidade. Inaugurada no ano passado, a Cada Qual, em Pinheiros, também está com a capacidade esgotada, cobrando aluguel entre 90 e 480 reais dos 105 lojistas. Quem faz o investimento valer a pena é o público moderninho que lota esse tipo de estabelecimento. “Dá para encontrar de tudo e os preços são ótimos”, elogia a estilista Ana Carolina Pasini, habituée da Cada Qual. A Sandice, em Moema, é campeã em diversidade de artigos, oferecendo desde vestidos até jogos de porcelana. “Não sendo produto perecível, vale tudo”, diz Todor Mello, um dos sócios.
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Embora a disposição de produtos nas prateleiras seja um pouco confusa, a brincadeira é mergulhar no caos de ofertas para garimpar coisas bacanas. Na Endossa, há camisetas da descolada grife El Cabriton a partir de 50 reais e jaquetas femininas de couro assinadas pela Pirata Urbano por 229 reais. A criadora dessa última etiqueta, Dália Moraes, conta que trabalhar na loja foi um divisor de águas em sua carreira. “Tripliquei minhas vendas”, diz ela. Na relação de produtos existem ainda itens mais inusitados, como uma bolsa feita de teclas de computador da Tempo dos Vagalumes (170 reais), exposta na Cada Qual, e corações de óleo aromático (3,50 reais) da sex shop Funcube, que funciona na Endossa. Como se vê, vale tudo mesmo nas lojas colaborativas.