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Dez dicas para não ser deportado

Evite fazer parte do extenso grupo de brasileiros que são barrados no exterior todos os anos

Por Leonam Bernardo
Atualizado em 14 Maio 2024, 12h20 - Publicado em 1 jul 2011, 22h27

Imagine a desagradável situação: depois de programar toda a sua viagem, comprar passagens, reservar hotéis e passeios, você finalmente chega ao seu destino de férias no exterior e… é barrado no aeroporto e tem que voltar direto para o Brasil. Trágico, não? Pois foi exatamente isso que aconteceu com 6.072 brasileiros que tentaram ingressar na Europa em 2010, segundo dados da Agência Europeia de Controle de Fronteiras (Frontex). O número representa 12% das tentativas de entrada recusadas no continente.

Para evitar que transtornos desse tipo estraguem a sua diversão, preparamos um guia prático com orientações pinçadas no Itamaraty e em consulados e embaixadas da Espanha, Reino Unido, França e Estados Unidos. O Ministério de Relações Internacionais, por exemplo, diz que “na maioria dos casos, os brasileiros são inadmitidos por falta de meios para comprovar o propósito da viagem”.

Confira as dicas para não fazer parte desse indesejado grupo.

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1.
Fique de olho na postura

“Temos que passar aos fiscais de fronteiras uma imagem de credibilidade, seriedade, de quem não está a fim de fazer bagunça no país que visita”, diz a consultora de etiqueta e boas maneiras Ligia Marques. O mesmo é recomendado pelo Itamaraty: “Adote sempre tom respeitoso e evite cair em contradições nos contatos que porventura mantenha com as autoridades estrangeiras”.

2.
A volta deve estar garantida

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Não importa para onde seja sua viagem, tenha sempre em mãos uma prova de que a volta ao Brasil está garantida. O voucher da companhia aérea resolve bem isso. Mas atenção: a embaixada da Espanha deixa claro que a passagem deve ser “nominal e intransferível”.

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3.
Não seja pego de calças curtas

O Itamaraty recomenda que o embarque seja feito “de acordo com os padrões locais e a época do ano em que a viagem ocorrerá”. Alerta, também, que “roupas leves ou muito sumárias em períodos de inverno intenso poderão, por exemplo, chamar a atenção das autoridades migratórias estrangeiras”. Em outras palavras, tente parecer o menos vulgar possível. “Roupas devem ser confortáveis, mas não podem pecar pelo exagero”, diz Ligia Marques. “Nada de chegar de chinelos, bermudas, regatas, minissaias e shorts, por exemplo. Use uma calça discreta, camiseta ou camisa em boas condições e sapato. Esqueça o tênis nessa hora e evite o jeans, se possível.”

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4.
Visto não garante nada

Ao contrário dos países que integram a União Europeia, para viajar aos Estados Unidos é necessário passar antes, no Brasil, por uma entrevista para a concessão do visto. “Mas ele, quando concedido, representa apenas uma permissão para ir até a porta do país. A autorização final é dada pelo fiscal no aeroporto”, avisa Benjamin Chiang, adido de imprensa do consulado americano. Para os casos de viagem à Europa, o Itamaraty adverte que “sempre é recomendado que, antes de viajar, o brasileiro consulte o consulado ou embaixada do país de destino para certificar-se de quais são os requisitos de entrada naquele país, mesmo quando não há a necessidade de visto”.

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5.
Passaporte duradouro

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Certifique-se de que seu documento tem um prazo de validade de no mínimo seis meses além da data da viagem. Este é um dos itens mais cobrados nos aeroportos espanhóis — destino que recusou a entrada de 1.813 brasileiros no ano passado.

6.
Documentos, documentos e mais documentos

Carteira de Trabalho, declaração de Imposto de Renda, registro de imóveis e holerites são exemplos de documentos que mostram sua relação fixa com o Brasil. “Exibir uma carta de sua empresa, informando que está em período de férias, também ajuda bastante”, comenta Priscila Pereira, coordenadora da Central de Intercâmbios. “Estudantes precisam estar com a confirmação e a carta-convite da escola em que vão estudar em mãos. Parece bobagem, mas muitos deles acabam despachando sem querer essa papelada na mala”, completa.

7.
Leve dinheiro no bolso

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Assim como é importante comprovar vínculo financeiro com o Brasil, é imprescindível que se prove a posse de um montante exclusivo para os gastos com a viagem. Na União Europeia, esse valor mínimo é de 60 euros por dia. “Se a pessoa vai ficar dois meses, por exemplo, é preciso ter em mãos ao menos a quantia suficiente para os primeiros nove dias”, alerta Carmen Batres, do conselho de informação da embaixada da Espanha em Brasília.

8.
Saiba o mínimo do idioma local (inglês é imprescindível)

Para quem tenta entrar na Inglaterra, o consulado britânico garante que há tradutores nos aeroportos prontos para entrar em ação, se for preciso. Mas chegar lá sabendo o mínimo de inglês — ou da língua do país de destino — é mais do que recomendado. “Nada pior do que ter problemas e não conseguir se comunicar para resolvê-los”, avisa Ligia Marques. Sylvain Itté, cônsul da França em São Paulo, afirma que há como contatar policiais que falem português nos aeroportos franceses: “Sabia que a França é o pais na Europa onde mais se fala o português depois de Portugal?”.

9.
Conheça bem o seu próprio roteiro — e tenha provas disso

Parece uma recomendação boba, mas não é. Os agentes de imigração costumam fazer interrogatórios de todo tipo: desde o propósito da viagem até nomes de pessoas que você conheça e irá encontrar no país. Se está viajando com um amigo, por exemplo, é possível que fiscais façam as mesmas perguntas para ambos. Qualquer informação desencontrada ou contraditória é suficiente para a desconfiança. “Apenas seja claro e honesto sobre o objetivo de sua viagem e responda a todas as perguntas com sinceridade”, exige, cordialmente, o consulado britânico.

10.
Implicaram com você. E agora?

“Mantenha a calma, não seja grosseiro, diga que entende a preocupação e que está à disposição para esclarecer o que for preciso e que só quer ter uma viagem agradável”, sugere Ligia Marques. “Os brasileiros, ou qualquer outro turista, têm direito a um advogado, a ligações e a contato com o consulado de seu país nestes casos”, explica Batres, da embaixada espanhola. “Aconselho que a pessoa tente, calmamente, preparar os elementos e provas que permitirão à polícia estar segura da boa fé do viajante”, finaliza Sylvain Itté.

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