Encontros improváveis: MC Guimê e Rico Mansur
O empresário e o funkeiro falam sobre carreira, ostentação, mulheres e tatuagens
Os dois já se apresentaram na mesma casa noturna, em Campinas, com poucas horas de diferença, um cantando no palco e o outro como DJ, mas nunca chegaram “a trocar uma ideia”, como dizem. Mesmo oriundos de mundos opostos — o empresário e socialite Rico Mansur, 40 anos, é do Morumbi e o funkeiro Mc Guimê, 22, é de Osasco —, os dois encontraram algumas semelhanças durante a conversa de duas horas. E começaram a pensar até na possibilidade de criar uma parceria. “Vamos marcar um show dele na minha balada em Floripa”, garante Rico.
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Guimê pergunta:
Você é de família rica, mas tem suaindependência. Como saiu da sombra?
Em determinado ponto da minha vida, pensei: “Ou faço minhas coisas ou sempre vou viver do dinheiro deles”. Isso foi há uns quinze anos, quando comecei a criar meus próprios negócios. Primeiro foi a casa noturna Cafe de La Musique, aqui em São Paulo. Montei tudo sozinho, sem dinheiro da família, sem nada. Peguei empréstimos com investidores, não coloquei um centavo e me virei.
Mas você gasta tudo o que ganha? Costuma ostentar sua riqueza?
Não sou um cara que ostenta, nunca precisei disso. Meus pais me criaram sempre com os pés no chão, dando destaque para a humildade. Por mais que as pessoas me julguem, eu tenho uma vida muito simples, fico muito tempo na minha fazenda, em Avaré. Tenho vários amigos que acham legal mostrar o que possuem, chegam em um carrão, com uma roupa mais cara, um relógio que chama a atenção dos outros. Esses valores estão muito invertidos hoje em dia. A vida não é isso.
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Me passa a receita do sucesso para namorar tantas garotas top?
Minha vida amorosa sempre foi bastante intensa. Foi tudo acontecendo, engatando uma atrás da outra e acabei namorando todas essas mulheres aí (Luana Piovani, Isabella Fiorentino, Gisele Bündchen, entre outras). Eu quase casei, fiquei noivo duas vezes, as mulheres já aprontaram comigo, eu já aprontei com elas (risos). Agora fiquei velho e me dei mal. Não casei, não tive filhos, mas quero tudo isso. Então preciso me “aposentar” e procurar algo mais sério. Para conquistar alguém, não pode ter medo de levar fora. Tem mulher marrenta, que exige paciência, mas vale a pena.
Rico pergunta:
Você tem muitas tatuagens. Cada uma delas tem um significado diferente?
Sim, cada uma representa um momento daminha vida. Tenho tantas que perdi a conta. Sei apenas que já cobrem uns 60% do meu corpo. Desde criança tenho vontade de fazer várias tatuagens. Mas encontrei resistência em casa. No começo, quando eu era moleque ainda, colocava um simples piercing e meu pai já odiava, falava que ia arrancar “na mão”. Então, quando comecei a me tatuar, fiz uma homenagem para ele e para a minha mãe, escrevi o nome dos dois nos meus braços. Queria que eles dessem uma amenizada, “tá ligado?” (risos).
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Você já viajou muito para fora do Brasil?
Na minha primeira viagem internacional, em 2013, estive na Holanda e na Itália. Fui só curtir com amigos, na primeira e única temporada de férias que consegui tirar desde o começo da carreira. Peguei dez dias e fiz vários rolês por Amsterdã, visitei os coffee shops (risos). Fiquei em paz, na vibe. Depois, só saí do país mais umas três vezes, uma delas para Los Angeles, a trabalho. Cheguei a visitar a gravação de um clipe com os rappers French Montana, Lil Wayne e Rick Ross. Foi de outro mundo ver esses caras que me inspiram. Realizar um sonho não tem preço.
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Muitos artistas no Brasil são de origem humilde e alimentam o sonho de sair da quebrada, como você diz. Você está vivendo esse sonho?
Tenho de tomar cuidado para não me deixar levar e achar que já está tudo ganho. Não posso perder o foco. Desde o começo, penso no meu futuro, quero crescer muito ainda. Fico sempre me dando puxão de orelha para não relaxar. Vocês ainda vão ouvir muito da minha música. Por isso, não tenho folga, trabalho muito todos os dias.
Agradecimento: Barbearia Corleone