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Barracos paulistanos que ficaram para a história

Os maiores bate-bocas, brigas, traições e disputas judiciais protagonizados por personalidades na capital

Por Ana Carolina Soares, Aretha Yarak e Juliene Moretti
Atualizado em 1 jun 2017, 16h36 - Publicado em 18 set 2015, 21h00
Barraco entre Chiquinho Scarpa e a aspirante a atriz Ana Carolina de Oliveira Scarpa, a Carola
Barraco entre Chiquinho Scarpa e a aspirante a atriz Ana Carolina de Oliveira Scarpa, a Carola (Divulgação/)
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O fim do conto de fadas

Eterno playboy paulistano, o conde Chiquinho Scarpa abandonou a solteirice em 1998 para viver uma história de amor com a aspirante a atriz Ana Carolina de Oliveira Scarpa, a Carola. A dupla narrou os detalhes do romance no programa Jô Soares Onze e Meia, noivou na Ilha de Caras e casou-se, numa cerimônia transmitida por dois telões, na Igreja Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins, onde trocou juras eternas ao microfone. Em abril de 1999, no entanto, treze meses após as primeiras declarações de amor, os dois anunciaram o divórcio por meio de um fax enviado à imprensa. Nas semanas seguintes, ela foi a diversos programas de TV para falar sobre os motivos da separação. Entre outras baixarias, garantia ter flagrado o ex na cama com dois homens (Chiquinho sempre negou). A fama da “Princesa Carola” lhe rendeu, em 2002, uma participação no reality show Casa dos Artistas, do SBT, no qual a socialite se destacou como encrenqueira. Depois, ela acabou no ostracismo. Sua trajetória terminaria de maneira trágica: em fevereiro de 2011, Carola morreu de uma parada respiratória causada pela anorexia. “Foi uma pena ela não ter se cuidado”, declarou Chiquinho na época.

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Yara Rossi Baumgart e Roberto Baumgart
Yara Rossi Baumgart e Roberto Baumgart ()

Despejo da mansão

Em janeiro de 2011, um oficial de Justiça, acompanhado de uma viatura policial, bateu à porta de uma mansão de 5 100 metros quadrados no Morumbi. Era o resultado de uma ação de despejo de Roberto Baumgart, dono do Center Norte e do Lar Center, entre outros negócios, contra sua mulher na época, Yara Rossi Baumgart. Ela teve meia hora para juntar seus pertences, principalmente roupas de grife, reunidas em catorze malas. Não conseguiu levar as joias, porque o segredo do cofre havia sido trocado. Eles estavam juntos desde 1970. A crise conjugal começou em 1998, após suspeitas de infidelidade de ambas as partes, e culminou em uma briga judicial treze anos mais tarde. Detalhes do caso, como a pensão de 400 000 reais de Yara, foram revelados pelo jornalista João Batista Jr. na reportagem de capa da Vejinha de 4 de abril de 2012. Yara sumiu de circulação depois disso. Roberto refez sua vida amorosa: em 2013, começou a namorar Rosana Camargo de Arruda Botelho, acionista da construtora Camargo Corrêa.

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Isabella Fiorentino
Isabella Fiorentino ()

A modelo que desceu do salto

A bela Isabella Fiorentino virou fera em 2007, ao protagonizar um empurra-empurra com um fotógrafo. Durante um evento no Casa Grande Hotel, no Guarujá, a modelo surtou quando o rapaz registro uimagens de sua boca, inchada e com catorze pontos devido a uma cirurgia. Isabella reagiu partindo para cima do profissional aos tapas e tentou tomar-lhe a câmera para apagar os arquivos. “Pedi a ele que não tirasse fotos, e, quando ouvi o barulho dos cliques, perdi a cabeça”, justificou na época. Ela nunca mais quis tocar no assunto. O procedimento clínico em questão foi a correção de um preenchimento labial realizado dois anos antes. Além de o resultado final não ter agradado à apresentadora, houve uma reação alérgica. Em 2015, Isabella passou novamente por uma intervenção na região e finalmente ficou satisfeita com seu visual. “O segredo é a naturalidade”, contou na ocasião a VEJA SÃO PAULO. Há seis anos no programa Esquadrão da Moda, no SBT, ela ainda colhe frutos de uma parceria firmada com a empresa de cosméticos Jequiti e do licenciamento de roupas e acessórios.

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Marina de Sabrit
Marina de Sabrit ()
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O prefeito caiu no jantar

Num primeiro momento, ela seria identificada pela imprensa apenas como “loura misteriosa”. Mas o fato é que a vasta cabeleira dourada de Marina de Sabrit não passou despercebida. Ao ser flagrada em um jantar com o então prefeito Celso Pittano no restaurante La Tour d’Argent, em Paris, no Carnaval de 2000, a socialite tornou-se pivô da derrocada do casamento de trinta anos do político com Nicéa Camargo.“Ninguém tem nada com isso, mas não aconteceu rigorosamente nada”, jurava Marina. Casada com o consultor Thierry de Sabrit desde 1973, ela é mãe do economista Stephan e da atriz Patricia, ex-mulher do cantor Fábio Jr. A badalação parisiense não lhe trouxe grandes consequências. “Thierry calou-se, mas em nenhum momento deixou de me apoiar”, conta. O mesmo não se pode dizer de Pitta. O episódio desandou numa enxurrada de denúncias de corrupção feitas por Nicéa. O ex-prefeito acabou preso, de pijama, em 2008, por fraude financeira. Morreu um ano depois, de câncer no intestino. Na mesma época, sua ex-mulher e seus dois filhos deixaram o apartamento da família nos Jardins e, desde então, mantêm uma vida reclusa.

socialite Eleonora Mendes Caldeira
socialite Eleonora Mendes Caldeira ()

Soco certeiro

Um hook (aquele golpe de boxe em forma de gancho) no nariz, e os olhos azuis de Eleonora Mendes Caldeira se fecharam. Caiu desmaiada, nocauteada, uma das mulheres mais bonitas da sociedade paulistana. Era maio de 1993, no aniversário de 50 anos do então banqueiro Edemar Cid Ferreira — que hoje batalha na Justiça para revogar a sentença de 21 anos de prisão por crimes como lavagem de dinheiro —, em sua mansão na Cidade Jardim. Entre seus 220 convidados, na maioria nomes importantes do mundo financeiro e cultural da capital, duas mulheres se evitavam: Eleonora e Dora Rosset, casada desde 1966 com Ivo Rosset, dono da marca de lingeries Valisère. No ano anterior, ele havia saído de casa para viver um romance com Eleonora, sua antiga companheira de esqui nos Alpes franceses. No dia da festa, o retorno do empresário ao lar completava seis meses. Ao ver o marido conversando com a rival, Dora não se conteve e, com um soco no rosto, mandou a outra direto para o tapete persa. Ganhou a briga, mas perdeu o casamento. Após levar a agredida ao Hospital Albert Einstein, Rosset foi a sua residência, arrumou as malas e mudou-se para um flat. Em 2008, mais de dez anos depois da briga, portanto, ele se casaria com Eleonora em uma cerimônia civil, celebrada com um almoço na Casa Fasano, no Itaim. Eles estão juntos até hoje. Dora, por sua vez, vive atualmente com o empresário Henri Slezynger. O casal tornou-se amigo de Ivo e Eleonora, numa prova de que os tempos de boxe ficaram no passado.

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João Lellis
João Lellis ()

A guerra das massas

É uma briga que se estende há 28 anos. Nesse período, os empresários da gastronomia João Lellis e Valter Bernardino já abriram quatro processos judiciais e trocaram indiretas por meio de anúncios publicitários. Tudo por causa de um nome. Em 1987, Lellis vendeu sua primeira cantina, que levava seu sobrenome, a Bernardino. No contrato, permitiu que a casa na Alameda Campinas, nos Jardins, mantivesse a marca. Tempos depois, decidiu abrir outro restaurante, na Rua Bela Cintra, e o batizou de… Lellis Trattoria. Ali começou a guerra. “Comprei o direito do uso e não vou trocar a assinatura da casa”, esbraveja Bernardino. “A grife leva o nome da minha família e batalhamos pela utilização indevida”, diz Fabio Lellis, filho de João, atual administrador do negócio. A disputa de décadas teve mais um capítulo recentemente. “Acabamos de ganhar uma ação que nos permite usar a marca no site, e agora vou processá-los pelos gastos que tive com advogados nos últimos anos”, promete Bernardino.

Val Marchiori e o empresário Evaldo Ulinski
Val Marchiori e o empresário Evaldo Ulinski ()
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Hello? Goodbye!

O relacionamento da socialite Val Marchiori com o empresário Evaldo Ulinski foi recheado de fofocas e intrigas. Em abril passado, quase um ano após trocarem alianças, a apresentadora expulsou o marido aos berros do luxuoso apartamento onde viviam na Rua Haddock Lobo, nos Jardins. A discussão começou na volta de um fim de semana em Angra dos Reis e culminou com a presença de quatro viaturas da polícia, chamadas para apaziguar os ânimos. Depois de quebrar o espelho do elevador do prédio, Ulinski foi retirado pelos seguranças. “Estava nervoso e bati o joelho acidentalmente; jamais levantaria a mão para uma mulher”, defendeu-se. Os dois agora travam uma briga na Justiça pelo valor da pensão alimentícia dos filhos gêmeos, Victor e Eike, de 8 anos. Ulinski quer baixar os 50 000 reais para 20 000 reais e pedir a guarda compartilhada das crianças. Na divisão dos bens, Val assumiu as prestações de 70 000 reais por mês do barco Hello 2, um Azimut de 60 pés adquirido pouco antes do rompimento.

+ Especial 30 anos: Casos Capitais

Jânio Quadros e Walter Feldman bateram boca no meio da Avenida Brasil
Jânio Quadros e Walter Feldman bateram boca no meio da Avenida Brasil ()

Briga de rua

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“Você é um cachorro!”, bradou o então prefeito Jânio Quadros, trêmulo e exaltado, com o dedo em riste. “Vagabundo é o senhor!”, retrucou Walter Feldman, que começava a carreira política como vereador do PSDB e líder de oposição. A cena foi presenciada em uma terça de novembro de 1988, em plena Avenida Brasil, nos Jardins. Por volta das 18 horas, Jânio encontrou o carro de Feldman estacionado na frente de uma loja e resolveu parar seu automóvel ali mesmo, no meio da rua, para tirar satisfações, apesar do horário do rush. O bate boca de meia hora juntou uma plateia de 100 pessoas. O prefeito já havia movido 33 processos contra seu desafeto. Feldman acusava o alcaide de corrupção e de manter uma conta secreta na Suíça. No calor da discussão, Jânio mandou prender seu rival, que teve de se refugiar em uma academia de ginástica que encontrou ali perto. O bafafá virou mais um processo de um contra o outro por injúria e difamação. O prefeito terminou seu mandato e morreu em 1992, de derrame. “Hoje sou mais tranquilo em meus embates“, afirma Feldman, atual secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Lucinha Kauffmann
Lucinha Kauffmann ()

Almoço indigesto

Dona de uma butique de moda francesa nos Jardins, Lucinha Kauffmann não imaginava o escândalo que iria protagonizar ao sair de casa para um pacato almoço com amigos, em março de 1995. Ao chegar ao restaurante La Tambouille, no Itaim, descobriu que em uma ala reservada ocorria a festa de aniversário de 51 anos do empresário Fernando Simonsen. Entre os convidados, estava seu ex-marido, o banqueiro Leo Wallace Cochrane Júnior, o Leozinho, que levou a tira colo a nova namorada, Nancy Fares Izzo, dona do Colégio Pentágono. Ao ver o casal, Lucinha — que não fora chamada para a comemoração e ainda usava na mão esquerda a aliança de casamento — passou uma rasteira na rival e quase a mandou para o chão, afirmando “Aqui não tem lugar para duas estrelas”. Além disso, postou-se na porta, enquanto disparava palavrões cabeludos contra Nancy. O rififi foi apartado por convidados. Durante todo o bate-boca, Leozinho permaneceu a distância, fumando um charuto.

Luiza Tomé
Luiza Tomé ()

Trombada na festa da F-1

Saíram faíscas no encontro entre as atrizes Luiza Tomé e Gisele Fraga na festa de encerramento do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 de 1994. Regada a uísque, a noitada na danceteria Limelight, na Rua Franz Schubert, no Itaim, reunia diversas celebridades, que aproveitavam o som da dance music na pista. Gisele, ex-garota do Fantástico, então com 24 anos, havia acabado de assumir o posto de promoter da casa e foi a responsável por preparar a lista de convidados do evento. Luiza apareceu na porta sem convite e acabou tendo a entrada facilitada pelo dono da boate, Sandro Samelli, que dava carta branca a globais — à época, ela integrava o elenco da novela Fera Ferida. O problema é que o acompanhante de Luiza era o empresário André Vasconcellos, ex de Gisele. Ao se encontrarem na entrada do camarote, uma das mulheres puxou o cabelo da outra. Na confusão às escuras, não ficou claro quem jogou quem para a caixa de brita. Uma acusou a outra. “Quando estava descendo a escada, comecei a ouvir palavrões e senti algo mexendo no meu cabelo”, disse Luiza. “Ela é louca, brega e alcoólatra”, rebateu Gisele. Luiza não continuou com o rapaz por muito tempo: no ano seguinte, ela se casaria com o empresário Adriano Facchini, com quem teve um relacionamento de dezessete anos.

 

 

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