Após série de roubos, Polícia Militar reforça efetivo no Brás
"Gangue do gogó" atuava na região do Largo da Concórdia roubando e até agredindo compradores
A Polícia Militar reforçou o policiamento no Largo da Concórdia, no Brás, após a ação de gangues assaltantes roubando consumidores ter sido flagrada por câmeras da Globo. Nesta quarta (29), agentes das forças de segurança faziam patrulhamento a pé, em motos e carros. Os policiais também revistaram pessoas que transitavam pela região, que recebe mais de 100 000 pessoas por dia.
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As imagens divulgadas nos jornais da emissora nesta semana mostraram criminisos que se disfarçavam de camelôs para furtar e agredir pedestres. Eles se aproveitavam da aglomeração, comum em áreas de comércio popular, para escolher seus alvos, sendo os idosos as vítimas preferenciais.
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Uma das gravações exibe o momento em que um homem é cercado por oito jovens. Os batedores de carteiras subtraem objetos do seu bolso. Aqueles que tentam esboçar reação são agredidos.
Uma ambulante que não quis se identificar disse a VEJA SÃO PAULO que os bandidos não roubavam os vendedores. “Se mexessem nas nossas coisas, eles apanhariam”, afirmou. “Também não entravam nas lojas, que têm seguranças. Era só nas calçadas mesmo.”
Após os crimes, os assaltantes ficaram conhecidos como “gangue do gogó”, por abordarem as vítimas com chaves de braço ao redor do pescoço.
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Segundo um funcionário de uma loja de roupas localizada na Rangel Pestana, próximo ao local dos crimes, os roubos costumavam acontecer entre o início da tarde e o começo da noite, quando a presença da Polícia Militar na região caía.
“Depois do meio-dia, os agentes simplesmente sumiam. Nesse momento, os ladrões começavam a atacar. Era uma verdadeira loucura. Alguns grupos chegavam a ter quinze pessoas, várias delas conhecidas aqui das redondezas e a maior parte composta por menores”, afirma o lojista, que pediu anonimato.
O rapaz disse ainda que, além dos idosos, os assaltantes também abordavam crianças. “Eles se aproximavam de meninos que estavam com celular na mão, fingiam que iriam fazer selfies e, em instantes, sumiam com o aparelho na multidão. Muitas senhoras de idade também tinham suas bolsas cortadas e só percebiam ter perdido tudo quando iam pagar alguma coisa”, contou. “Cansei de ver várias delas chorando aqui na loja”, disse. Ele também afirma que algumas mulheres participavam dos crimes. Para não levantar suspeitas, chegavam a carregar bebês no colo.
Suspeitos presos
A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou ter identificado três suspeitos de envolvimentos nos crimes do Largo da Concórdia. Segundo o órgão, no primeiro semestre deste ano foram feitas 213 prisões na região, aumento de 18% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A Polícia Militar não declarou o número exato de homens deslocados para o local, afirmando tratar-se de informação estratégica.