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Moradores se mobilizam contra mudanças na Rua Heitor Penteado

Com a implantação de faixas exclusivas para ônibus, a CET desativou três conversões à esquerda; as ruas Apinajés, Oscar Caravelas e Pereira Leite foram afetadas

Por Sophia Braun
Atualizado em 5 dez 2016, 15h12 - Publicado em 4 mar 2014, 22h12

O fim de três conversões à esquerda na Rua Heitor Penteado, importante via da Zona Oeste, gerou polêmica entre moradores e comerciantes da região. Com a implantação das faixas exclusivas para ônibus, há um mês, o acesso às ruas Apinajés, no sentido centro, e Oscar Caravelas e Pereira Leite, em direção ao bairro, foi desativado. Para atender os motoristas que rumam ao Alto de Pinheiros e Perdizes, por exemplo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) criou rotas alternativas passando por áreas residenciais. “Esses atalhos não comportam tráfego intenso”, diz  Angela Oliveira Campo, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Sumarezinho, Vila Madalena e Região (AMadá).

 

Visando desafogar o trânsito que se criou dentro dos distritos adjacentes, a AMadá e mais três agremiações de bairros protocolaram um ofício conjunto na Câmara Municipal pedindo a volta das conversões. Um abaixo-assinado com cerca de 3 000 nomes também foi apresentado. O documento ficou à disposição da população durante três semanas em um posto de combustível na esquina das ruas Heitor Penteado e Pereira Leite. “Os veículos passaram a usar o posto para burlar as novas regras e fazer os caminhos com os quais estavam acostumados”, afirma Filippe Rafael, proprietário do negócio há sete anos. “Em um desses casos, um frentista acabou atingido por um espelho retrovisor.”

 

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Diante das reivindicações, o superintendente de operações da CET Joaquim Barreto se reuniu com representantes da prefeitura e da SPTrans, além de moradores e comerciantes, para debater o tema. Um novo encontro deve ocorrer na próxima semana. De acordo com a companhia, as novas faixas de ônibus fazem parte da Operação Dá Licença Para o Ônibus e transportam cerca de 200 000 pessoas por dia útil em 26 linhas municipais, nos dois sentidos da via.

Grande parte da crítica à extinção dos acessos vem, porém, da falta de transporte público em algumas regiões próximas à Rua Heitor Penteado. “As pessoas não estão mudando seus meios de locomoção porque a estrutura atual não tem condições de absorver essa nova demanda de usuários”, pondera Angelica. Para o engenheiro de Transportes Jaime Waisman, pintar as faixas no chão e desviar o fluxo de carros são medidas importantes, mas paliativas.”Num trabalho de longo prazo, enxergando a cidade como um sistema integrado de ônibus, metrô e bicicletas, chegaria-se a uma proposta mais eficiente”, propõe o especialista.

O horário restrito durante o qual os ônibus têm privilégio também dá margem para questionamentos. Se os carros são proibídos de circular na pista da direita apenas das 6h às 9h, sentido centro, e das 17h às 20h, em direção ao bairro, será que o fim das conversões era realmente necessário?

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O MAPA DA CONFUSÃO

A fim de comprovar a efetividade das novas rotas alternativas, a reportagem percorreu de táxi todos os trajetos na manhã de quinta (27). Por volta das 9h, o tráfego fluía bem nos dois sentidos. Embora a CET garanta ter colocado placas indicando os desvios, a informação não foi confirmada. Apenas o motorista que segue em direção à Rua Apinajés encontra direções devidamente expostas. Quem deseja descer a Rua Pereira Leite rumo ao Alto de Pinheiros só visualiza um cartaz recomendando usar a Avenida Cerro Corá (como proceder dali em diante fica a cargo de cada um).

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A demora para concluir os percursos desagradou. Foram necessários 4 minutos para fazer os retornos à direita que permitem acessar tanto a Rua Apinajés quanto a Rua Oscar Caravelas. Esse tempo mostrou-se duas vezes maior quando a intenção foi acessar o Alto de Pinheiros. O motorista precisa percorrer 1,2 quilômetro, usando a antiga conversão para a Rua Pereira Leite como ponto de referência, para chegar ate a Rua Nazaré Paulista, que faz a ligação com outras vias importantes como as avenidas Diógenes Ribeiro de Lima e São Gualter.

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