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Haitianos sofrem atentados na Baixada do Glicério

Seis pessoas foram baleadas em ataques. A principal hipótese é de crime de xeonofobia

Por Pedro Henrique Tavares e Jussara Soares
Atualizado em 1 jun 2017, 16h41 - Publicado em 8 ago 2015, 19h52
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Seis imigrantes haitianos foram baleados em dois atentados na região da Baixada do Glicério, onde vivem grande parte das famílias vindas do país.

Os caso aconteceram na última semana, entre sábado (1) e domingo (2). Uma mulher está entre os atingidos. Todos saíram vivos dos ataques e já tiveram alta do Hospital do Tatuapé.

O caso mobilizou a atenção na região da igreja da Igreja Nossa Senhora da Paz, onde funciona a Missão da Paz, trabalho de acolhimento de estrangeiros.

“Quando vieram até nós, relataram que quatro deles foram baleados no sábado próximo a um supermecado. No outro dia, foram dois que ficaram feridos perto de um posto de gasolina do bairro”, relata Padre Paolo Parise, um dos coordenadores da congregação.

“Não sei se foi xenofobia ou se há algo por trás. Mas é fato que em época de crise reações agressivas como essa acabam surgindo. É lamentável. Isso preciso ser investigado”, diz o padre Antero João Dalla Vecchia, o diretor da Casa do Migrante e pároco da igreaja. “Isso indica que o nosso país, embora pareça tranquilo, precisa superar o estranhamento ao que é diferente.”

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Ele se refere a uma das hipóteses levantadas, de que os tiros seriam caso de preconceito contra os imigrantes. 

No bairro, uma outra hipótese é citada com frequência: os ataques seriam fruto de vingança de um grupo de assaltantes, que teriam sido impedidos por haitianos de roubar uma mulher que circulava pelo bairro. 

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A  Secretaria de Segurança Pública não quis se pronunciar sobre o crime e informou que só prestará esclarecimentos após as investigações. 

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A Cada do Migrante acolhe hoje 110 pessoas. Às terças e quintas-feiras, a Missão de Paz recebe imigrantes para dar orientação sobre documentação, trabalho e atendimento de saúdo. Em média, quinhentas pessoas são atendidas por semana na unidade. Deste total, pelos menos duzentos são haitianos, outros são de origem africana.

Apesar do esforço que tenta dar estrutura aos haitianos e outros imigrantes, os seis baleados tiveram dificuldade para conseguir atendimento médico após sofrer o ataque. Pelo menos duas unidades de saúde se recusaram a prestar os primeiros socorros. O Padre Paulo Parise contou que conversou neste sábado com Secretário de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy. Segundo Parise, a secretaria está apurando a possibilidade de racismo e negligência médica.

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