Os sete erros do Carnaval na Vila Madalena
Tumulto entre policiais e jovens, dificuldade em dispersar os foliões, tentativa de furo aos bloqueios implantados entre outros problemas encontrados no bairro boêmio
Após problemas e confusões no Carnaval do ano passado, a Vila Madalena foi alvo de um cerco para os festejos deste ano. A Prefeitura de São Paulo limitou a entrada de foliões em treze quarteirões do bairro da Zona Oeste a um máximo de 15 000 pessoas. Nesse perímetro, não foi permitida a entrada de garrafas de vidro, caixas de isopor – exceto de ambulantes credenciados – e veículos não cadastrados.
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Os quarteirões compreendidos entre as ruas Mourato Coelho, Inácio Pereira da Rocha, Wizard e Fidalga, entre outras, foram fechados com grades no pré-Carnaval que ocorreu neste último fim de semana. O saldo da iniciativa é positivo até agora se comparado ao ano passado, porém algumas questões ainda escaparam à organização. Listamos sete problemas que prejudicaram as comemorações:
1. O bairro virou palco de uma confusão entre policiais militares e jovens por volta das 3 horas da madrugada do sábado (30). Houve correria e o uso de bombas de gás lacrimogêneo entre as ruas Belmiro Braga, Horácio Lane e Inácio Pereira da Rocha. Um policial foi agredido com um pedaço de pau com pregos. Duas pessoas acabaram presas.
2. A lotação máxima de 15 000 pessoas, definida pela Polícia Militar, irritava os foliões na noite de sábado (30). Para tentar furar o bloqueio, muitos inventavam histórias (e depois confirmavam à reportagem a mentira): diziam ser moradores da área, que o irmão estava passando mal no meio da aglomeração ou que se perderam da mãe. Isso provocou uma aglomeração de pessoas em volta das barragens, complicando o trânsito. Por volta das 22h, gás de pimenta se espalhou pela esquina das Ruas Mourato Coelho e Inácio Pereira da Rocha. Algumas pessoas sentiram náuseas e vomitaram. Cerca de dez se refugiaram dentro da lanchonete Nova Mourato, que fechou as portas.
3. A Polícia Militar não está conseguindo dispersar os foliões no horário estabelecido da meia-noite e as vias estão sendo de fato liberadas só na madrugada, por volta das 2h.
4. Mesmo após a dispersão, muita gente fica alocada em vias menores do entorno causando transtornos aos moradores.
5. O horário estabelecido para os blocos finalizarem suas apresentações era às 20h, porém grupos tocavam até uma hora além do determinado.
6. As lixeiras espalhadas pelas vias do bairro não deram conta do tamanho da sujeira.
7. Apesar da implantação de banheiros químicos, muitos foliões insistiam em urinar na porta de casas e estabelecimentos comerciais.