Prefeitura quer estimular a venda de carros elétricos e híbridos
Com o IPVA menor, a intenção do órgão é dar um gás na frota de veículos verdes da capital
Em 2011, o empresário Renato Watanabe queria um carro com mais autonomia quando pagou 110 000 reais por um Ford Fusion Hybrid. Movido a eletricidade e gasolina, ele promete rodar 1 000 quilômetros com um tanque, o dobro do rendimento de um tradicional. “É ótimo e muito econômico”, afirma. Vantagens como essa e o fato de esses automóveis serem menos poluentes ajudaram a elevar o número de híbridos na capital em 181% desde maio de 2013. Mas eles ainda são minoria absoluta: cerca de 700 veículos do tipo circulam por aqui, 0,01% da frota de 7 milhões.
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O motivo para a aceleração em marcha lenta está no custo muito salgado desse segmento. São três os principais modelos por aqui: além do Fusion, o Lexus CT200h e o Toyota Prius. Todos ultrapassam a faixa dos 100 000 reais. No exterior, há políticas de incentivo para facilitar a compra. Na Califórnia, por exemplo, é dado um bônus de 10 000 dólares para quem adquirir carros desse tipo, o que auxiliou o crescimento da frota verde dos Estados Unidos, hoje em torno de 4%.
> 181% foi o crescimento no número de veículos híbridos na capital no último ano
Para os paulistanos, parte do empurrão para o negócio pegar no tranco começou a surgir agora. Em 27 de maio, o prefeito Fernando Haddad sancionou uma lei que concede 50% de desconto no IPVA desses automóveis. Na prática, isso reduz apenas 2% dos impostos, parcela que cabe ao município, mas a ideia é forçar uma renegociação em âmbito nacional. Só o IPI, cobrado pelo governo federal, representa 25%. Na mesma decisão, a prefeitura também sugeriu a possibilidade de liberar híbridos e elétricos do rodízio municipal. A regulamentação da medida caberá à Secretaria Municipal de Transportes,que ainda estuda o caso.
Em 2013, a Toyota vendeu 1,27 milhão de unidades do Prius no mundo, grande parte no Japão, nos Estados Unidos e na Europa. No território nacional, foram 342, 141 deles na cidade de São Paulo. “No exterior, esse tipo de veículo só deslanchou após políticas públicas de isenção fiscal”, afirma Ricardo Bastos, gerente de assuntos governamentais da empresa no Brasil. No caso dos elétricos, a questão dos preços representa um obstáculo ainda mais sério. O valor de modelos como o Nissan Leaf ou o Renault Zoe gira em torno de 220 000 reais. Como estratégia de marketing, as montadoras investem em parcerias para divulgar a tecnologia. Apesar da frota pequena na capital, já surgem facilidades para os proprietários dos elétricos. Shoppings como o Villa-Lobos e o Iguatemi passaram a reservar algumas vagas com carregadores de bateria.