Rico Parrilla

Resenha por Arnaldo Lorençato

Na consolidada carreira do Flávio Miyamura estão vários estabelecimentos, entre eles alguns que não existem mais, como o saudoso Miya, que ficava em Pinheiros e incluía receitas com toques asiáticos e autorais. Depois de uma passagem de dois anos pelo oriental Dasian, o chef volta a ter o próprio restaurante. Em maio passado, ao lado dos sócios operadores Marcelo Guindani, Mario Bueno e Rodrigo Riul e outros 21 investidores, ele abriu o Rico Parrilla, que apesar do nome não oferece apenas carnes na grelha ao estilo dos argentinos e uruguaios. Claro que não faltam pedidas clássicas, como a caprichada fraldinha, servida no ponto certo e em peças de 300 gramas (R$ 140,00) e 600 gramas (R$ 180,00). Mas a proposta no endereço é mais ampla e inclui cortes raros nesse tipo de estabelecimento. É o caso do peito de pato (R$ 100,00, 200 gramas; R$ 144,00, 400 gramas). A carne da ave chega em peça com pele tostada e interior quente e malpassado como deve ser. O menu inclui ainda pedidas como o assado de tira (R$ 160,00, 300 gramas; R$ 188,00, 600 gramas) ao estilo do coreano bulgogui. Ou seja, a carne besuntada de um molho agridoce e levemente picante. No dia da minha visita, havia um toque amargo do molho não exatamente agradável. Os acompanhamentos não se limitam a fritas com alecrim e alho assado (R$ 38,00). Há bem-vindas surpresas como o vinagrete de feijão-manteiguinha de Santarém (R$ 49,00), típico do Pará e que ficaria ainda melhor um tantinho mais macio. Antes, é possível saborear a barriga de porco (R$ 52,00), bem tostada e um pouco seca, compensada pela adição de limão ou da goiabada cremosa com pimenta coreana — mimetiza de alguma forma a receita surgida n’A Casa do Porco. Em vez de entradas salgadas, as empanadas viram doces na forma de um duo recheado de doce de leite e pistache com chocolate branco junto de sorvete de baunilha. Com açúcar na medida, a sobremesa custa R$ 45,00.

Informações checadas em novembro de 2024.