Nomo

Resenha por Arnaldo Lorençato

Um pequeno salão envidraçado com fachada verdinha, coberta por plantas, é o cartão de visitas do Nomo. Alheio ao movimento lá fora, o restaurante tem um cenário quase desprovido de adereços. De qualquer ponto, avista-se onde se concentra o espetáculo: a cozinha aberta de onde saem pratos criados por Nando Carneiro, bons inclusive quando o chef não está por lá. Não espere nada trivial. Algumas receitas vêm da África do Sul, entre elas a apetitosa linguiça artesanal de carne bovina na companhia de coalhada de ovelha e massala (R$ 65,00). Apresentado sobre um siri atolado feito com mandioca, o espeto de camarão e pimenta verde tem o acréscimo de bottarga ralada (R$ 69,00) e é deliciosamente ardido. O curry verde de chuchu (R$ 65,00), com um picante que se manifesta com grandiloquência ao final de cada garfada, é suavizado por arroz de jasmim sem tempero e uvas verdes tostadas e quentinhas. Mar e terra estão na combinação de assado de tira de porco preto no ponto ideal com mexilhões fresquíssimos ao molho de manteiga que os franceses intitulam de beurre blanc (R$ 89,00). Empolga menos que os pratos principais a sobremesa que provei em um concorrido almoço de sábado: o creme de pudim com cubos de banana entre camadas de massa filo com nibs de cacau (R$ 39,00). Um detalhe a ajustar: o serviço fica lento à medida que a casa vai enchendo.

Informações checadas em outubro de 2023.