Moela

Resenha por Saulo Yassuda

A explosão de novos botecos nos últimos anos foi dirigida por muitos cozinheiros profissionais que resolveram investir em casas sem grandes formalidades gastronômicas. O chef Rômulo Morente, que vivia de participar de eventos e cursos de churrasco, tomou esse caminhoe abriu o Moela em 2020, numa época em que montar botequins ainda não era moda. Com dois amigos, inaugurou o endereço que hoje conta com duas unidades na cidade mais um bar-irmão, o Sururu, aberto em julho, na Barra Funda. Com poucos assentos nos salões e áreas externas constantemente entupidas, o Moela fervilha. Enquanto molha a garganta com cerveja (de R$ 15,00 a R$ 21,00 a garrafa de 600 mililitros) e a boa caipirinha clássica (R$ 29,00), a freguesia vai chamando as gostosuras do balcão frio, caso da salada de batata, cenoura e maçã verde picadinhas com maionese (R$ 20,00), opção da unidade da Rua Canuto do Val. Sugestão quente, o arroz de moela (R$ 38,00), úmido, ganha toda uma graça ao ser salpicado de batata frita crocante e gotejado com o molho de pimenta do local. Da fritadeira, salta o bolovo (R$ 24,00), ovo cozido de gema cremosa encoberto por cordeiro desfiado e um molhinho fresco de ervas em Santa Cecília e por massa de abóbora e rabada em Pinheiros. Em dezembro, a casa de cozinha caprichada que leva o prêmio COMER & BEBER pela segunda vez lançou uma receita presenteada pelo Bar do Luiz Fernandes, fundado em 1970 no Mandaqui: o vigoroso bolinho de miúdos (R$ 13,00), com alheira, batata e o embutido salpicão na massa e moela, fígado e coração de frango no recheio. Teria maneira mais saborosa de receber a “bênção” de um dos mais tradicionais botecos da cidade?

Informações checadas entre julho e agosto de 2024.