Les Deux Magots

Resenha por Arnaldo Lorençato

Com apenas mais duas filiais no mundo, o café-restaurante parisiense Les Deux Magots acaba de chegar a São Paulo — as outras unidades existem em Tóquio, há mais de três décadas, e na Arábia Saudita, desde maio. Aliás, como dei em primeira mão no Blog do Lorençato, a inauguração oficial está marcada para terça (17), com a presença de Catherine Mathivat e Jacques Vergnaud, sócios do estabelecimento francês, localizado em frente à majestosa igreja de Saint Germain des Près, onde serve refeições desde 1884. A versão tropical, aberta em setembro num salão em estrutura metálica repleto de verde com réplicas perfeitas dos dois magos originais e atrás de uma charmosa pracinha com recuo para carros, tem um trunfo em relação à matriz. Em solo europeu, a comida é feita em alta escala para atender uma horda de turistas que bate ponto por lá diariamente – em janeiro, estive mais uma vez na casa parisiense para ver de perto o funcionamento. Por aqui, o quinteto de sócios Frédéric Renaut, Alexandre Marino, Antonio Assumpção, Andre Luís e Andre Serrano têm como consultor um ótimo cozinheiro, o francês Pascal Valero. O chef acerta em pratos como o tartare de filé-mignon, temperado na medida com alcaparra, picles de pepino, cebo- la-roxa, gema de ovo e mostarda, e servido com fritas (R$ 73,00), o peixe do dia, que pode ser pescada-amarela de pele dourada e carne macia, ao molho holandês com minilegumes no vapor (R$ 88,00), o filé ao molho de três pimentas junto de batatas em cubos crocantes (R$ 96,00) e a ótima costeleta de porco empanada, sequinha, com mostarda ancienne, salada verde e picles de cebola-roxa (R$ 79,00). Precisam de pequenos retoques, porém, o aspargo verde, um ponto acima de cozimento, com ovo e emulsão de limão (R$ 56,00) e os deliciosos camarões à provençal, compostos de um quarteto de crustáceos biteludos na companhia de um arroz com tomate confit que ficaria ainda melhor com os grãos um pouco mais macios (R$ 159,00). Confiadas ao confeiteiro elson Dias, há deliciosas sobremesas como o clássico paris brest (massa choux recheada de creme de confeiteiro emulsionado com manteiga e pasta de avelã; R$ 27,00), nem sempre disponível, e a tortinha de amora (R$ 24,00). Ponto a aprimorar: o serviço lento, reclamação ouvida nas mesas em volta da minha nas duas visitas que fiz ao restaurante.

Informações checadas outubro de 2023.