Domo Bar

Resenha por Saulo Yassuda

Mais de 400 discos de vinil preenchem os nichos de madeira atrás do balcão. Extraídos das coleções pessoais dos sócios — Flávio Seixlack e Rodolfo Herrera (donos do café vizinho, o Takkø), e Denis Fujito —, os LPs de jazz, brasilidades antigas, soul, boogie, hip hop, afrobeat, pop japonês, reggae, rock e ritmos eletrônicos ecoam pelo ambiente. De ótima acústica e iluminação gostosamente abrandada, o bar foi fundado em julho na Vila Buarque no mesmo imóvel onde funcionou uma sapataria por mais de meio século — a fachada e o piso de pastilhas são resquícios de outros tempos. Nesse território, também tomam conta dos toca-discos DJs e entusiastas da música. Mas as alegrias sonoras e arquitetônicas não foram suficientes para satisfazer o público exigente. Outra razão para a visita é a carta de drinques da consultora Mari Mesquita. Rendem ótimos goles o lúpulo sour (licor de lúpulo, suco de limão-taiti, clara de ovo pasteurizada e bitter de folhas; R$ 42,00) e o cachaça/acerola (cachaça, vermute branco e conserva da fruta; R$ 42,00). Têm acompanhia de vinhos naturais, cervejas, saquês… O chef Pedro Pineda, com passagens bem-sucedidas pelo bar Beverino e pelo restaurante Mila, emprega seu talento num cardápio que mistura o Brasil com o Japão, a China e a Coreia do Sul, entre outras culinárias. Servidos frios, tem carapau ou olho-de-boi cru ao molho cítrico (R$ 68,00) e macarrão de trigo ao molho de tahine e pasta de amendoim com cebolinha, rabanete, pepino, cebola frita, gersal e óleo de pimenta, para ser temperado com mais suco de limãocravo. Ardidinha, a bochecha de porco na brasa surge com salada de repolho e paçoca de amendoim (R$ 56,00). Pela qualidade dos comes e tragos, além do ambiente bem montado e com boa curadoria musical, o Domo Bar recebe o prêmio de bar revelação por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023/2024.

Informações checadas entre agosto e setembro de 2023.