Bar dos Arcos

Resenha por Saulo Yassuda

A casa valeria a visita só pela localização, nos porões do Theatro Municipal. Rodeado de paredes de tijolos à mostra, o espaço apresenta balcões coletivos iluminados, onde diferentes grupos confraternizam. E, que bom, com uma carta de coquetéis esplêndida, lançada em março. A bartender Michelly Rossi e a equipe de profissionais de bebida criaram doze receitas que fazem ode à artista mineira Lygia Clark (1920-1988), cujas obras ficaram à mostra em uma exposição na Pinacoteca entre março e agosto deste ano. Da linha de mais leves, estão o túnel (vodca, rum, cordial de água de coco com chá de jasmim e pimenta-da-jamaica; R$ 53,00) e a morte do plano (cachaça com gengibre e cordial de maracujá; R$ 39,00), servidos sobre bonitos porta-copos. O eu e o tu (vodca com jambu, vermutes branco e seco, jerez fino e licor de laranja; R$ 49,00) faz a boca formigar de leve e traz um toque amendoado. Os bichos não têm avesso (tequila, jerez fino, vermute seco, água de tomate com tucupi preto e vinagre de arroz; R$ 69,00) é mais diferentão, com uma nota salgada, e lembra no nome a série de esculturas Os Bichos. Embora apresente um bom espaço para as garrafas, o lugar não tem uma variedade de marcas de destilados, por questões comerciais, o que é um fator limitante para quem quer curtir coquetelaria clássica. Na parte comestível, guarde espaço para a versão do pad thai (R$ 65,00), macarrão de arroz com cogumelos, acelga chinesa tostada, tofu, broto de feijão e brócolis ao molho de tamarindo, pimenta, ervas e limão.

Informações checadas entre julho e agosto de 2024.