Técnica de tapeçaria, tufting atrai público jovem
Com cores, formatos e texturas diferentes, arte têxtil cresceu com divulgação nas redes sociais
Uma surpresa, a arte têxtil está em um momento de ascensão graças às redes sociais. A tapeçaria manual feita com uma pistola, conhecida como tufting gun, traz peças com formatos, texturas e cores diferentes do usual. Difícil de ser encontrada no país, porque costuma ser importada a preços elevados, a máquina produz peças que costumam cativar as pessoas — como hobby ou para gerar renda, com peças a pronta entrega, que variam de 170 a 300 reais, dependendo do tamanho.
Jéssica Costa, designer de moda, se encontrou nas técnicas de bordado, que tem um simbolismo por carregar a história de gerações de mulheres. Tralhando com a técnica de tufting, ela apresenta peças da série intitulada O que Me Consome, com formas orgânicas. “A impressão é de pintar uma tela em branco, só que com a lã, que é uma matéria-prima tridimensional”, afirma.
O designer Jan Albuquerque se ambientou com o mundo de tricôs e crochês quando observava suas avós. Com a tufagem manual, ele quebra o modelo-padrão de tapeçarias, trazendo como inspiração a arquitetura da cidade de São Paulo. Morador do centro, ele vende suas peças únicas, criadas sob encomenda, na sua marca Tapete Torto, nascida em novembro passado. “Gosto da troca com outros criadores. É bom ter recomendações de materiais, porque é duro ser pioneiro”, brinca o artista sul-mato-grossense.
O casal Isabela Maia e Leonardo Vieira é dono da marca Futuro, que produz, além de blusas e bolsas, os queridinhos espelhos com bordas coloridas e tapetinhos lúdicos cheios de vida. Tudo começou quando Vieira quis aprender alguma atividade nova durante a pandemia e enxergou no tufting um hobby. “Ele fez um tapete e postou. Em seguida, o pessoal ficou alucinado querendo”, lembra Maia.
Para a dupla de irmãs Gabriela Adami e Mariana Simonetti, a tapeçaria manual ainda é a solução nesta fase de adaptação com a pistola. Com cinco meses de vida, a Bimb, marca paulista, já encontrou seu caminho. Adami, artista autodidata, desenvolveu a técnica assistindo a vídeos no YouTube. “Eu quero dar textura, volume. Esses detalhes me inspiram”, diz ela. Com inúmeras referências, Adami busca transformar as peças em sua própria linguagem.
ONDE ENCONTRAR NO INSTAGRAM:
- @bimb.online
- @futuro.sp
- @jessicacosta
- @tapetetorto
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Publicado em VEJA São Paulo de 26 de maio de 2021, edição nº 2739