Continua após publicidade

Samba da Treze, em atividade desde 2009 no Bixiga, é barrado pela subprefeitura

Tradicional grupo que se apresentava numa das principais ruas do bairro é barrado após reclamações de vizinhos

Por Clayton Freitas
22 abr 2022, 06h00

Presente quase todas as sextas-feiras desde 2009 na altura do número 500 da Rua Treze de Maio, no Bixiga, a roda de samba que reunia experientes músicos do grupo Madeira de Lei está calada desde o mês de março deste ano.

+ Após concessão, problemas em linhas da CPTM rendem multa de 4,3 milhões

Alegando diversas queixas de vizinhos devido a desrespeitos da lei do silêncio e de fechamento de vias, a Subprefeitura da Sé determinou que as apresentações não podem mais ser feitas em via pública. “Sempre tivemos autorização e os vizinhos nunca reclamaram”, afirma Carla Borges, 47 anos, produtora do grupo.

Ela conta que os problemas começaram em 2018, com a chegada do padre Antonio Bogaz para comandar a igreja Nossa Senhora Achiropita, também na Treze de Maio. Ele seria o pivô de uma reunião que contou com a presença de alguns integrantes do então conselho de segurança e uma associação do bairro.

Imagem mostra aglomeração de pessoas em rua em frente a igreja
Evento próximo à igreja. (Samba da Treze/Divulgação)

“Engraçado é que a turma nasceu na igreja, da reunião de um grupo de jovens, e já chegamos a tocar no altar”, lembra Namur Scaldaferri, 63 anos, um dos fundadores do Madeira de Lei e também da ala de compositores da Vai-Vai. Ele disse que o samba só começava após a realização das missas.

Continua após a publicidade

Procurado para comentar o assunto, o padre Bogaz afirmou não ter nenhuma relação com o que aconteceu com o grupo. “Não sou um dos lados dessa história”, disse. Por ser feita numa calçada em frente a um bar, a roda de samba raiz do grupo Madeira de Lei, conhecida como Samba da Treze, não cobrava pelas apresentações. Elas ficaram suspensas durante a pandemia.

Com o atual veto, o grupo passou a se apresentar em outros endereços, só que cobrando ingressos e dentro dos estabelecimentos, a fim de evitar problemas. Um abaixo-assinado para a volta da roda ao local original já conta com 2 000 assinaturas. Carla diz que tentou marcar reuniões com o subprefeito da Sé, Marcelo Vieira Salles, coronel da reserva da PM, para discutir a questão, inclusive com a intermediação do vereador Toninho Vespoli (PSOL).

+ Nascido e criado no Jaçanã, Leonardo Martinelli é revelação na cena lírica paulistana

A proposta é atender a todas as obrigações necessárias e fazer ao menos dez apresentações anuais no antigo endereço na Treze de Maio, o que também foi rejeitado. Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, Salles alega que as queixas recebidas se referem a bloqueios nas calçadas, interrupção do tráfego e barulho excessivo.

Pelos dados apresentados pela subprefeitura, a quantidade de protocolos abertos no 156 (o telefone de serviços da prefeitura) contra a roda de samba passou de 34 em 2019 para 48 em 2020. Só neste ano já são 38.

Continua após a publicidade

+Assine a Vejinha a partir de 12,90. 

Publicado em VEJA São Paulo de 27 de abril de 2022, edição nº 2786

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.