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Rodrigo Teixeira, produtor brasileiro, concorre ao Oscar

'Me Chame pelo seu Nome' recebeu quatro indicações: melhor filme, ator, roteiro adaptado e canção

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 jan 2018, 19h23 - Publicado em 15 dez 2017, 06h00

Rodrigo Teixeira, carioca radicado em São Paulo desde os 6 anos de idade, fica com os olhos marejados ao relembrar o dia 27 de novembro de 2017. Nessa data, ele estava em Nova York e teve uma agenda hollywoodiana: tomou café da manhã com o cineasta Brian De Palma e, à tarde, foi às filmagens de The Irishman, o novo trabalho do diretor Martin Scorsese, estrelado por Robert De Niro e Al Pacino. Encerrou a noite saindo da cerimônia do Gotham Awards, premiação ao cinema independente, com o troféu de melhor filme por Me Chame pelo Seu Nome, longa-metragem que teve 50% do orçamento bancado por ele e é quase todo falado em inglês.

Call Me by Your Name (seu título original) destacou-se também em outros eventos importantes. No dia 11 de dezembro, o filme conquistou três indicações no Globo de Ouro (melhor drama, melhor ator para Timothée Chalamet, e ator coadjuvante para Armie Hammer), troféu entregue pela imprensa estrangeira em Los Angeles. Mas a maior consagração saiu hoje (23) com os indicados ao Oscar. Me Chame pelo Seu Nome, em cartaz na cidade desde a semana passada, concorre a melhor filme, ator (Chalamet), canção e roteiro adaptado. Os vencedores serão conhecidos no dia 4 de março.

Teixeira ao lado de Jonas Carpignano e de Martin Scorsese: parcerias internacionais (Reprodução Instagram/Veja SP)

Filmado totalmente na Itália, com elenco de protagonistas americanos, Me Chame pelo Seu Nome é um drama que narra a paixão de um rapaz de 17 anos por um homem mais velho.

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No começo de 2017, conquistou fartos elogios no Sundance, festival americano considerado o principal do mundo no mercado do cinema independente. Após a exibição na mostra de Berlim, na Alemanha, em fevereiro, o longa cresceu no boca a boca. Em setembro, com a projeção no Festival de Toronto, no Canadá, decolou de vez.

Na sequência, Me Chame pelo Seu Nome foi escolhido como o melhor do ano pela Associação de Críticos de Los Angeles e lidera a competição do Spirit Awards, outra premiação importante do cinema independente nos Estados Unidos — o resultado sairá em 3 de março, um dia antes do Oscar. Também entrou no top 10 de publicações importantes, como Time, Entertainment Weekly e The Washington Post.

A “ponte aérea” Nova York-Los Angeles-São Paulo virou uma rotina para o produtor de 41 anos. Além das dezenas de entrevistas que concedeu, fincou pé nos Estados Unidos no segundo semestre para acompanhar as filmagens de Ad Astra, ficção científica protagonizada por Brad Pitt, sua próxima grande produção internacional. A estreia está prometida para o início de 2019.

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Com Martin Scorsese, Teixeira realizou Ciganos da Ciambra, dirigido por Jonas Carpignano, indicação da Itália ao Oscar 2018 de produção estrangeira. O brasileiro e o grande cineasta americano têm outros três projetos engatilhados.

Teixeira não terminou a faculdade de administração de empresas e, cinéfilo desde a infância, produziu seu primeiro filme, O Casamento de Romeu e Julieta, em 2004. No ano seguinte, abriu a RT Features, hoje sediada no bairro de Pinheiros, que conta com 22 funcionários. O Cheiro do Ralo (2006) foi o pontapé inicial nos negócios.

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Em 2012, o carioca decidiu desbravar as fronteiras e estreou no mercado americano como produtor de Frances Ha, alavancando sua carreira lá fora. A Bruxa, terror vencedor do Spirit Awards de melhor filme de estreia, tornou Teixeira ainda mais conhecido no exterior.

Me Chame pelo Seu Nome tem outros três produtores e custou 2,3 milhões de dólares. Teixeira participou do desenvolvimento do roteiro e da escolha do elenco. Shia LaBeouf (da cinessérie Transformers) foi o primeiro nome cogitado para interpretar o americano sedutor. “Hoje, não consigo ver outro ator no papel que não seja Armie Hammer”, afirma o produtor.

Entre um set, uma reunião e as viagens de avião, Teixeira se dedica ao seu hobby, a literatura. Há mais de 2 000 livros nas estantes e no chão de seu escritório. Ele é casado com a cineasta Maria Raduan e pai de dois filhos, um de 8 anos e o outro de 6.

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A ESCALADA DE RODRIGO TEIXEIRA

Os filmes que fizeram o produtor ser reconhecido internacionalmente

Frances Ha (2012). Em sua primeira empreitada fora do Brasil, Rodrigo Teixeira foi o produtor desta adorável e já cultuada comédia dramática, filmada em preto e branco. Trata-se da história de uma estudante de balé, papel de Greta Gerwig.

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(Divulgação/Veja SP)

A Bruxa (2015). Uma fazenda de milho, em meados do século XVII, é palco de estranhos acontecimentos neste terror assustador, que faturou, entre outros, o prestigiado prêmio de melhor filme de estreia no Independent Spirit Awards.

(Divulgação/Veja SP)

Me Chame pelo Seu Nome (2017). No filme que conquistou três indicações no Globo de Ouro, um rapaz de 17 anos (Timothée Chalamet, na foto) sente-se atraído por um trintão americano (Armie Hammer), em 1983, na Itália.

(Divulgação/Veja SP)
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