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Nina Pandolfo apresenta telas e instalações inéditas na Galeria Leme

Casada com Otávio Pandolfo, da celebrada dupla osgemeos, a artista inaugura mostra cujo tema são 'descobertas feitas no acaso'

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h39 - Publicado em 13 set 2013, 14h20

No dicionário, serendipidade se refere a descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso. O vocábulo dá nome à nova exposição de Nina Pandolfo, 36 anos, na Galeria Leme. Até 11 de outubro, a artista expõe sete telas, duas instalações e três esculturas.

Conhecida na cena do grafite na cidade, ela conta que as obras ilustram e propõem situações inusitadas. Em uma instalação que simula o ninho de um joão-de-barro, por exemplo, quis oferecer aos frequentadores a experiência de entrar na casa do pássaro – a diferença é que tem 2 metros de altura. “Quando o bichinho entra em nossa casa, temos diversas reações. Como seria entrar na casa dele?”, sugere.

Uma caixinha de música de quase 1 metro com uma bailarina dançando também promete chamar atenção, além das pinturas com nomes sugestivos povoadas por suas “bonecas” características: “Em Busca do Caminho do Sol” e “Sem Medo de Ser Feliz”. 

Paulista de Tupã, a artista se mudou para a capital com apenas seis meses. Iniciou sua trajetória pintando quadros e só depois experimentou o grafite. “Eu achava que os artistas plásticos estavam colocando seus trabalhos nas ruas, assim como existe o teatro de rua. Eu não comecei como outros grafiteiros, que saíram do hip hop.”

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Casada com Otávio Pandolfo, da celebrada dupla osgemeos, ela acredita que grafitar em São Paulo se tornou algo perigoso. “Tenho amigos grafiteiros que já foram assaltados e, infelizmente, a cidade está cada vez mais violenta. O prazer que você tem se torna uma tensão.” Em entrevista a VEJASÃOPAULO.COM, Nina falou mais sobre a carreira e a nova exposição. Confira:

Suas pinturas trazem sempre figuras femininas. Qual a inspiração? Eu tenho quatro irmãs mais velhas, todas mulheres. A primogênita é quinze anos mais velha que eu e a mais nova, cinco. Portanto, nasci em um universo muito feminino e participei da vida de mulheres em diversas fases. Elas são uma grande influência.

Quando começou a pintar telas, já que ficou conhecida no cenário do grafite? Poucas pessoas sabem, mas eu pintava telas antes de fazer grafite. Sempre fui curiosa e quis experimentar diferentes superfícies, como troncos de árvores, pedras e, por fim, paredes. Em 1991, comecei a pintar pela cidade. Eu achava que os artistas plásticos estavam colocando seus trabalhos nas ruas, assim como existe o teatro de rua. Eu não comecei como outros grafiteiros, que saíram do hip hop.  

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Prefere telas ou muros? Gosto muito de pintar na tela, pois você consegue entrar nela e colocar mais detalhes. Na exposição, por exemplo, coloquei formigas e joaninhas. Na rua, você não consegue fazer isso. Além disso, a rua já era violenta nos anos 90. Hoje em dia é muito mais. Tenho amigos grafiteiros que já foram assaltados e, infelizmente, a cidade está cada vez mais violenta. O prazer que você tem se torna uma tensão.

A vida em São Paulo influencia o seu trabalho? Pode ser que sim, porque aqui há uma mistura muito grande de estilos. Se você andar no centro, vai ver gente mais voltada para o punk. Nos Jardins, moças de salto alto. Há diferentes tribos e isso é muito legal. Eu nasci em Tupã, mas vivo aqui desde os meus seis meses de idade.   

Como escolheu as obras de Serendipidade? São todas inéditas. O nome da mostra significa “descobertas feitas no acaso”. Por isso, tento fazer com que a pessoa amplie a visão dela sobre as coisas. Uma delas, por exemplo, é um ninho gigante de joão-de-barro. Como um passarinho pode conseguir fazer algo tão resistente? Queria que as pessoas tivessem a própria percepção disso, mudando o ângulo de visão. Quando o passarinho entra em nossa casa, nós temos diversas reações. Como seria entrar na casa deles? Para entender essa proporção, fiz um ninho de 2 metros de altura. 

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Quais os projetos futuros? Tenho um convite para voltar a expor na Inglaterra, mas quero abrir primeiro minha mostra aqui para depois pensar em outras ideias. Tenho propostas também de museus e galerias no Brasil. Por enquanto, tudo está em stand by.

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